Mensgem

Papa diz que ''ódio'' e ''violência'' em nome de Deus são injustificáveis

Pontífice, que participa de visita histórica à Península Arábica, fez discurso durante encontro inter-religioso em Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Papa Francisco se encontrou ontem (4) com o xeque Ahmed al-Tayeb
Papa Francisco se encontrou ontem (4) com o xeque Ahmed al-Tayeb (AFP)

ABU DHABI - Justificar "o ódio e a violência" em nome de Deus é "uma grave profanação", declarou ontem (4) o papa Francisco em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, em discurso feito durante um encontro inter-religioso internacional.

"Em nome de Deus Criador, é preciso condenar sem vacilação toda forma de violência, porque é uma grave profanação do nome de Deus usá-lo para justificar o ódio e a violência contra o irmão. Não há violência que possa ser religiosamente justificada", disse Francisco.

Papa Francisco, que se tornou o primeiro pontífice a visitar a Península Arábica, fez um apelo à "liberdade religiosa", ressaltando que ela "não se limita apenas à liberdade de culto" e que nenhuma prática religiosa deve ser "forçada" a outra pessoa.

"A liberdade religiosa (...) vê no outro um verdadeiro irmão, um filho da mesma Humanidade que Deus deixa livre e que por consequência nenhuma instituição humana pode forçar", declarou diante de centenas de líderes de várias religiões.

Península Arábica

A viagem do Papa Francisco é a primeira de um pontífice à Península Arábica, berço do islamismo. Os países localizados ali, como os Emirados Árabes Unidos, têm a religião de Maomé como oficial – que, inclusive, determina algumas das leis locais.

Na região, apenas uma minoria pratica o catolicismo. Praticamente todos os católicos desses países são trabalhadores estrangeiros.

O príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed al-Nahyan, é o homem forte dos Emirados Árabes Unidos, que se orgulha da "coexistência pacífica" entre as religiões em seu país.

No início da visita a Abu Dhabi, o papa participou de uma cerimônia militar: caças sobrevoaram o gigantesco palácio presidencial, liberando uma fumaça amarela e branca, cores da bandeira do Vaticano.

Ele presenteou seu anfitrião com uma medalha representando o encontro, em 1929, em plena Cruzada, entre São Francisco de Assis e o sultão Malek al-Kamel no Egito, um marco nos 800 anos de diálogo entre muçulmanos e católicos.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.