Memória

Xilogravuras de Antônio Almeida em exposição no Convento das Mercês

Trabalhos do pintor, escultor, gravador, ceramista, muralista, ilustrador, entalhador retornam ao acervo da exposição permanente do museu a partir de quinta-feira, 7

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Trabalhos de Antônio Almeida em exposição no museu da Memória Republicana Brasileira
Trabalhos de Antônio Almeida em exposição no museu da Memória Republicana Brasileira (Xilogravura de Antônio Almeida)


SÃO LUÍS - Sete xilogravuras originais produzidas entre as décadas de 1960 e 1970 do renomado artista plástico maranhense Antônio Almeida voltam a integrar o acervo da exposição permanente do museu da Fundação da Memória Republicana Brasileira, no Convento das Mercês (Desterro). As obras podem ser vistas a partir de quinta-feira, 7, às segundas-feiras, das 13h às 17h30; e de terça à sexta, das 8h às 17h30. Aos sábados, das 8h às 12h.

Natural de Barra do Corda, Antônio Almeida era pintor, escultor, gravador, ceramista, muralista, ilustrador, entalhador. Antônio Almeida nasceu no povoado Jacaré, no município de Barra do Corda em 27 de maio de 1922. Começou a desenhar ainda na infância e nunca mais parou. Ainda criança foi estudar em Barra do Corda, uma vez que onde morava não havia escola. Chegou em São Luís em 1944, aos 22 anos e logo teve contato Telésforo Moraes Rêgo e Newton Pavão, que o convidaram a participar do II Salão Artur, em dezembro de 1944. Seus trabalhos tiveram bom reconhecimento por parte do público e logo passou a fazer parte de um seleto grupo de artista que se reunia na “Movelaria Guanabara”, famoso ponto de encontro dos intelectuais da época. Influenciado pelos artistas plásticos Matisse, Cézanne, Paul Klee, entre outros, rompe com a arte tradicional e segue um outro caminho, sedo imediatamente criticado por colegas e pelo público em geral.

Em 1952, participa do Salão de Artes Plásticas do Ceará e concorre com uma obra até então inédita para ele, seu auto-retrato. Esta obra acabou sendo considerada uma das mais célebres das artes plásticas no Maranhão, lhe rendeu a medalha de prata e o comparou ao pintor holandês pós-impressionista Van Gogh.

Em 1956 integra o grupo que organizou a revista Legenda, sobre a direção de José Chagas, tendo sua primeira ilustração como capa, bem como o conto “A Estranha Amante de Wagner”. Almeida diversifica seus trabalhos, produzindo aquarelas, guaches e colagens. Descobre a pintura em grandes dimensões, dedicando sua atenção para a execução de painéis. A partir daí, propicia a uma explanação mais adequada sobre motivos populares, onde trabalha temática ligada a terra e aos costumes de sua gente. Na década de 1960, a pedido do escritor José Sarney, ilustra o livro de contos “Norte das Águas”, quando ele inova sua própria arte optando pela xilogravura.

Dando continuidade aos seus trabalhos em madeira, na década de 1980, produzindo mais obras de caráter público, pinta o mural da antiga Estação Rodoviária, situada na Alemanha, tendo o tema Populário. Em 1986 foi indicado a uma cadeira na Academia Maranhense de Letras, pelo então presidente da casa, Jomar Moraes. Nesta época doa para a AML, três obras entalhadas em madeiras, consideradas pelo próprio autor de extrema riqueza de detalhes.

Em 1987, apresenta à população maranhense seu grande painel de azulejos no prédio do antigo Banco do Estado do Maranhão, na Rua do Egito. A partir de meado da década de 90, em decorrência do glaucoma e de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), perde a visão, deixa de desenhar, mas começa a fazer poesias. São de sua autoria os livros “Rastros de procura” (somente de poemas), “Sentimento Solto” (poesia e prosa) e “Vida a Ir: Mensurando o Imensurável” (poemas e prosas). Morreu de câncer em 2009.



Serviço
O quê

Exposição de xilogravuras de Antônio Almeida


Quando

A partir de quinta-feira, 7, às 15h


Onde

Fundação da Memória Republicana Brasileira, Convento das Mercês, Rua da Palma, 502, Desterro

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