Educação

Novo ensino médio será colocado em prática nas escolas Sesi do MA

Ainda este ano, duas turmas das unidades integradas do Serviço Social da Indústria e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, em São Luís e Imperatriz, terão a oportunidade de experimentar o novo método de ensino

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
O modelo oferece um currículo integrado por áreas de conhecimento e não mais por disciplinas
O modelo oferece um currículo integrado por áreas de conhecimento e não mais por disciplinas (Divulgação)

BRASÍLIA - O Maranhão irá implantar a metodologia do Novo Ensino Médio, a partir deste ano, em duas turmas das unidades integradas do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em São Luís e Imperatriz. 80 alunos terão a oportunidade de experimentar o novo método e cursar o ensino médio em conjunto com o curso técnico de eletrotécnica.

A Coordenadora de Educação do Sesi do Maranhão, Vanda Marli dos Santos, prevê que a metodologia seja expandida em outras cidades do estado nos próximos anos.

“A partir desse ano, a gente vai implantar duas turmas do novo ensino médio em duas escolas que nós temos no estado. Uma fica em São Luís, com 40 alunos, e a outra unidade do Sesi, em Imperatriz, também com 40 alunos. Vamos trabalhar com o curso técnico de eletrotécnica nas duas turmas. A ideia é a gente começar com uma turma piloto. Existe uma avaliação contínua, tanto do departamento regional, quanto do SESI nacional, e a intenção é a gente ampliar”, declara.

Escolha

Os alunos podem escolher uma formação técnica dentro da carga horária do ensino médio regular. Caso obtenha sucesso, ao final dos três anos, o estudante terá o diploma do ensino médio e o certificado do ensino técnico.

O aprendizado contextualizado e integrado é uma das novidades trazidas pelo novo ensino médio, que começou a ser implementado pelo Sesi e pelo Senai no ano passado em cinco estados – Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás e Espírito Santo – com 226 alunos.

Segundo Vanda Marli dos Santos, com o novo método de ensino, os alunos passam a ter uma visão completamente diferente de sala de aula. “É um projeto que visa atender à necessidade desses jovens de hoje, que não querem mais ficar em uma sala de aula sentados, ouvindo o professor. Então, esse projeto traz para a gente essa experiência de colocar em prática esse aluno como protagonista do seu conhecimento, e o professor, ele vai ser apenas um mediador”, esclarece.

Esse também é o pensamento do estudante Douglas Oliveira, aluno do primeiro ano do ensino médio da escola Sesi/Senai José Carvalho, em Feira de Santana, na Bahia, que já testou o modelo de ensino do Novo Ensino Médio. “A diferença é bastante notável e extrema. É de um universo para outro, na verdade. Primeiro porque agora a gente tem mais liberdade e autonomia, tanto para estudar, quanto para poder procurar mais, pesquisar. Você tem mais essa motivação de procurar estudar”, descreve o jovem.

Mudanças

A nova norma prevê que os alunos do ensino médio terão 1.800 horas de formação geral básica, que será orientada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e até 1.200 horas de itinerários formativos como aprofundamento de estudos.
Ao todo, são 3 mil horas para todo o ensino médio, que começa com mais ênfase nos conteúdos gerais e, gradualmente, aumenta-se o número de horas-aula para a formação técnica e profissional.

No primeiro ano, são 800 horas para conteúdos gerais e 200 horas para aulas sobre iniciação ao mundo do trabalho. No segundo ano, são 600 horas para conteúdos gerais e 400 horas para formação técnica e profissional. No terceiro ano, isso se inverte: são 400 horas para formação geral e 600 horas para habilitação técnica. São previstos cinco itinerários no novo ensino médio: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica profissional.

Segundo a pedagoga especialista em gestão escolar Juliana Diniz, o Novo Ensino Médio representa um avanço na educação brasileira. “Nos parece que essa proposta traz um quê de modernidade, possibilitando que cada um dos alunos escolha determinados interesses, e com isso tenha chance de melhorar a qualidade daquilo que se constrói, processo de escolha, o empoderamento desse aluno, o considerando pessoa de potência. Essa ideia de trabalhar o ensino médio por percursos formativos tende a ser uma boa experiência”, argumenta a especialista.

Para 2019, o SESI e o SENAI programam uma expansão do modelo em suas unidades. Novos estados serão atendidos e novas habilitações serão ofertadas. Além de Eletrotécnica, os estudantes poderão optar pelas áreas de Matemática, Ciências da Natureza, Técnico em Mecânica ou Técnico em Rede de Computadores.

Pesquisa

Segundo um levantamento do IBOPE de 2016, época em que o Novo Ensino Médio estava em fase de discussão, 72% dos entrevistados se disseram a favor de mudanças no modelo educacional brasileiro. Outros 70% se mostraram favoráveis também à opção dos estudantes de escolherem as disciplinas em que irão se aprofundar e à possibilidade de optar pela formação técnica no ensino médio.

A Lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 para 1.000 horas anuais (até 2022). Essa carga é horária é aplicada com uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, além dos chamados itinerários formativos, etapa do processo de ensino que foca nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional.

Segundo o Ministério da Educação, a mudança tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade à todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade

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