COLUNA

Nepotismo e amizade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

Em maio de 2018, o Ministério Público do Maranhão concedeu a Medalha de Mérito Celso Magalhães ao corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Orlando Rochadel, que recebeu a honraria das mãos do chefe do MP, Luiz Gonzaga Coelho.
Em abril do mesmo ano, Luiz Gonzaga “dá uma canetada” e nomeia para cargo em comissão no Ministério Público Amaurijany Coelho, esposa de seu sobrinho, ou seja, uma parente por afinidade.
Quatro meses depois, a nomeação chega à imprensa e o caso se torna público. Logo em seguida, o procurador-geral de Justiça exonera a parente.
Em janeiro de 2019, o advogado Otávio Mello entra com uma reclamação contra Luiz Gonzaga junto ao CNMP por nepotismo do chefe do MP do Maranhão. A reclamação é sumariamente arquivada por Orlando Rochadel.
O mesmo Rochadel que recebeu a medalha de Coelho, em 2018. Seria este o motivo para o arquivamento? Uma honraria?
O arquivamento, ao que tudo indica, pode ter sido motivado pela relação próxima que o corregedor do CNMP tem com o procurador-geral de Justiça do Maranhão. E como saber dessa relação? Basta voltar a maio de 2018 e ouvir o discurso de Rodachel sobre Coelho:
“Nós costumamos chamá-lo no nosso meio como rei porque é assim que ele é chamado no nosso meio [...] seja pela maneira como nós seus súditos o tratamos […]. Ele sabe que sou soldado dele. [...] ele sabe que eu não faço nada sem dar uma ligadinha aqui para o Maranhão”, disse o corregedor em seu discurso.
A única dúvida que resta agora é saber se, ao decidir pelo arquivamento da reclamação por nepotismo de Luiz Gonzaga Coelho, Orlando Rochadel deu “uma ligadinha” antes para o chefe do MP do Maranhão.

Plenário
Se o “súdito” de Luiz Gonzaga Coelho, Orlando Rochadel, insistir no arquivamento da reclamação contra o procurador-geral de Justiça do Maranhão, o caso chegará ao plenário do CNMP.
E talvez no colegiado Coelho não conseguirá manter sua monarquia com tanta facilidade. Vai depender de quantos “súditos” ele tem no CNMP.
E mesmo que o plenário tenha a maioria de “soldados” de Luiz Gonzaga, os procuradores terão de justificar o motivo de não usar a Súmula Vinculante nº 13 do STF para o caso do procurador-geral de Justiça do Maranhão.

Desnecessário
O deputado federal eleito Eduardo Braide tem se comportado como pop star no que diz respeito ao anúncio de sua filiação.
Em um suspense constante, Braide tenta atrair holofotes para sua decisão sobre o seu rumo partidário.
A promessa do parlamentar era anunciar a nova legenda até ontem, mas acabou não fazendo. O suspense continua e as especulações são de que ele vai mesmo para o Podemos.

Paralisou
Quem também ainda não tem confirmado o partido a que vai se filiar é o pastor Gildenemyr (PMN). Estava tudo certo para que o deputado federal eleito fosse para o PSL.
No entanto, conversas com a direção nacional não avançaram e as costuras que estavam sendo feitas acabaram paralisadas.
Hoje uma nova rodada de conversa ocorrerá para tentar concretizar a fialiação de Gildenamyr no partido do presidente da República.

Infrutífero
A CPI da Cyrela, comandada pelo deputado Zé Inácio (PT), não teve efeito prático algum. Os deputados ouviram engenheiros, técnicos, diretores da empresa e secretários municipais.
A conclusão foi de que o Ministério Público Estadual (MP) deve fazer acareação de secretários e técnicos da empresa, para que os responsáveis pela liberação das obras sejam encontrados.
Por que a CPI não fez, não se sabe. Quais provas foram produzidas, também não se tem notícia. Ou seja, infrutífera.

Desconforto
Talvez o único efeito que Zé Inácio possa ter conseguido com a CPI da Cyrela foi o desconforto com seus aliados na Prefeitura de São Luís.
O petista convocou vários secretários do prefeito Edivaldo Júnior (PDT) para depoimento da tal comissão e a situação foi vista com maus olhos.
Explica-se: o aliado de Zé Inácio, Nonato Chocolate, assumiu a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semapa) e mesmo assim o petista não se preocupou em evitar desgaste à gestão do Município.

Sem acordo
E não avançou em nada a negociação para um acordo em torno da vaga na Mesa Diretora direcionada para oposição.
Os emedebistas Arnaldo Melo e Roberto Costa deverão mesmo disputar no plenário para saber quem fica com a 4ª vice-presidência.
Nesta disputa, leva vantagem Roberto Costa, que tem toda a simpatia dos governistas devido a sua atuação complacente com o Palácio dos Leões na legislatura encerrada ontem.

DE OLHO

R$ 4,2 mil é o valor do auxílio-moradia dado a um deputado federal que não ocupa apartamento funcional em Brasília.

E MAIS

• Vale destacar que o impasse criado não é da oposição. É do próprio MDB, cujos deputados não conseguiram chegar a um acordo.

• E não é da oposição porque, por um acordo feito desde a legislatura passada, a vaga destinada à oposição fica com o MDB nesta eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

• Os vereadores de São luís fizeram a vistoria na barragem de rejeitos da Alumar na tarde ontem.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.