SANEAMENTO

Esgotos estourados e galerias entupidas geram revolta na Liberdade

Situações semelhantes ocorrem na Rua Paulo Afonso e na Avenida Mário Andreazza; população reclama e tenta chamar atenção do poder público

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

[e-s001]Em pelo menos dois pontos do bairro Liberdade, bueiros estourados têm inundado as vias, ameaçando a saúde da população e prejudicando a passagem de pedestres. Na Rua Paulo Afonso, a situação ocorre há anos e, de acordo com moradores, se intensifica pelo acúmulo de resíduos que acabam obstruindo as galerias, por onde o esgoto deveria passar.
Na Avenida Mario Andreazza, o problema, apesar de recente, é semelhante e já afeta pontos comerciais da região.

A situação tornou-se ainda mais crítica na Rua Paulo Afonso, após a manifestação de alguns moradores, que interditaram a via há algumas semanas, reivindicando intervenções, conforme contou a costureira Maria de Fátima Gomes, residente na área há cerca de 30 anos.

“Desde 2016 a gente aguarda a realização de um serviço para resolver isso, mas se cansou de pedir ajuda e resolveu fechar a rua, para tentar chamar atenção de algum órgão responsável, mas um funcionário da feira não gostou e ameaçou a gente com uma faca. Até a polícia veio aqui para conter a situação e evitar que algo pior acontecesse. Depois disso, não foi feito mais nada, porque todo mun­do ficou com medo”, relatou.

De acordo com a moradora, a intervenção do funcionário da feira se deve ao fato de que, constantemente, quando são realizadas obras no espaço, os entulhos são despejados na via e acabam entupindo as galerias por onde a água fétida deveria escoar. Segundo ela, há dias em que o odor é tão intenso que impossibilita a aproximação de moradores na área. “A gente não consegue ficar nem na sala da nossa casa”, frisou.

Já na Avenida Mário Andreazza, também na Liberdade, o esgoto que se acumula em, praticamente, toda a extensão da via, já agrava a economia do local, visto que pontos comerciais têm perdido fregueses devido às dificuldades de acesso, como afirmou a cabeleireira Sandra Araújo.

“Quando chove, a água invade o salão e o mau cheiro incomoda muito. Construí um batente para impedir, mas quando os ônibus passam em alta velocidade acabam jogando muita água também. Minhas clientes reclamam muito, inclusive já foram até o ponto final reclamar, mas não resolveu. Então, algumas acabam procurando outros salões”, lamentou.

Buscando minimizar o problema, o morador Fernando Campos colocou um tronco de árvore no meio da rua, para que os motoristas não passassem pela via em alta velocidade, mas a situação persiste. “Eu coloquei o tronco, porque quando os ônibus passam jogam muita água nas nossas portas. Não podemos mais nem ficar na calçada. É uma situação muito complicada”, afirmou.

[e-s001]Ele ressaltou ainda que chegou a procurar os órgãos competentes, mas a informação passada foi de que os problemas são de responsabilidade dos moradores, visto que o sistema de esgoto pertence às residências. “Depois que a minha mãe caiu, procurei a Blitz Urbana, a Caema, a Defensoria Pública, mas nada foi resolvido”, contou.

O Estado manteve contato com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), que informou em nota que em ambos os pontos, não existe rede coletora de esgoto, apenas galerias a céu aberto. As obras do PAC darão solução ao problema quando concluídas. A Prefeitura de São Luís também foi contatada, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

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