Manifestação

Ato de mobilização será realizado pelos povos indígenas nesta quinta-feira em Santa Inês – MA

As principais reivindicações do movimento são a proteção dos direitos indígenas previstos na Constituição Brasileira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Comunidades indígenas estão ameaçadas
Comunidades indígenas estão ameaçadas (Índios)

SANTA INÊS - Em todo o Brasil, hoje, 31, acontece atos de mobilização contra a atuação situação das ações e das políticas do Governo contra as comunidades indígenas. Na cidade de Santa Inês, está previsto uma caminhada até a sede da Funai, com concentração das 8h às 9h em frente a Praça da Rodoviária. A articulação está sendo realizada pelas associações indígenas locais, Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Norte Maranhão (Apinoma) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A proposta é reunir milhares de indígenas do estado, organizações da sociedade civil e ativistas sociais e ambientais.

No Brasil, dos 209 milhões de habitantes 1 milhão são indígenas e vivem em terras que ocupam 12,5% do território do país. As terras indígenas (TIs) representam verdadeiras barreiras de proteção à floresta e à manutenção da biodiversidade. No entanto, o atual Governo Federal vem atacando e ameaçando tudo isso e, principalmente, a sobrevivências e os direitos dos povos originários. Um das ações de retrocesso, do então presidente da República, foi a Medida Provisória 870/19 e outros decretos, que dizem respeito a demarcação e delimitação das TIs, bem como o sucateamento da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Este posicionamento do Governo brasileiro vem legitimando e abrindo brecha às invasões e à violência, como roubo de madeira, derrubada de florestas para pastagens, abertura de picadas e estabelecimento de lotes para ocupação ilegal, além do ataque à terra indígena. Um das últimas ações de violação e ameaças vem ocorrendo nos territórios Araribóia e Awá no Maranhão.

Reivindicações

As principais reivindicações do movimento são a proteção dos direitos indígenas previstos na Constituição Brasileira, demarcação das Tis e garantia dos direitos humanos e combate à violência contra indígena. Ainda na pauta de demandas do evento está o reconhecimento dos povos originários e de sua cultura ancestral, contra a transferência da Funai para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos e também a transferência da demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura.

“A ideia é mobilizar a sociedade pelos direitos indígenas e reunir diversas atividades, organizadas pelo movimento indígena e seus apoiadores, em uma agenda de mobilização do #JaneiroVermelho” em todo o país, reforçou a coordenadora executiva da Apib, Sonia Guajajara.

Para o cacique Bruno Caragiu, da Aldeia Januária (TI Rio Pindaré), o momento é de resistência e diálogo mais que nunca. “É hora de colocar a armadura de luta: Jenipapo, Urucum, Cocar, Maracá, Borduna e Arco e Flecha. Fomos os primeiros a ser atacados e então seremos os primeiros a dar uma resposta ao Governo, que vem com sérios ataques aos direitos constitucionais dos povos indígenas do Brasil. Resistimos há 519 anos e agora não vai ser diferente. Sangue indígena, nenhuma gota a mais”, enfatizou.

“O movimento desta quinta-feira é importante para dizer que nós, povos indígenas da região, estamos atentos aos nossos direitos. E mostrar que estamos fortalecidos na nossa luta do movimento indígena, em defesa dos nossos territórios, das nossas florestas, das nossas culturas e dos nossos modos de vida. Estamos firmes e fortes, não vamos aceitar retrocessos e violações ao nossos povos”, explicou a representante da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Marcilene Liana Guajajara.

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