Paciente

Bolsonaro deve ter alta médica em 10 dias, diz Palácio do Planalto

Cirurgia para religar intestino foi realizada ''com êxito'', segundo o Palácio do Planalto. Médicos decidiram unir a ponta do intestino grosso com o intestino delgado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
O procedimento para reversão da colostomia em Bolsonaro durou cerca de sete horas
O procedimento para reversão da colostomia em Bolsonaro durou cerca de sete horas (O Globo)

SÃO PAULO - A cirurgia a que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi submetido ontem foi realizada " com êxito". O boletim médico do Hospital Albert Einstein afirmou que o procedimento teve uma duração total de 7 horas, "sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue". Bolsonaro deverá ter alta médica em 10 dias, segundo o Palácio do Planalto.

Ainda segundo o boletim, foi realizada uma "anastomose do íleo com o cólon transverso", que é a união do intestino delgado com o intestino grosso. "No momento, o paciente encontra-se, na Unidade de Terapia Intensiva, clinicamente estável, consciente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, prevenção de infecção e de trombose venosa profunda", diz o boletim médico.

Bolsonaro começou a ser submetido ao procedimento médico às 8h30 de ontem, segundo afirmou o porta-voz da Presidência, Coronel Rêgo Barros, e durou até as 15h30. A cirurgia era necessária para retirar a bolsa de colostomia e religar o trânsito intestinal.

Segundo o porta-voz da Presidência, "o presidente possuía em razão das outras duas cirurgias uma quantidade muito grande de aderências. E essas aderências exigiram do corpo médico uma verdadeira obra de arte em relação à cirurgia".

O porta-voz explicou que após a cirurgia Bolsonaro segue em jejum, com administração de soro pela veia. A avaliação médica será feita diariamente, sempre pela manhã, para a reintrodução alimentar da forma mais adequada. Nesta terça-feira, o presidente começa o tratamento de fisioterapia com foco respiratório e motor. Vai caminhar dentro do quarto. Diariamente, o cenário será também avaliado para novas definições.

A recuperação deve demorar 10 dias e Bolsonaro deve ficar 48 horas em repouso absoluto a contar do início da cirurgia e a partir da 9h da manhã de amanhã (30) retoma suas atividades despachando de dentro do hospital, segundo Rêgo Barros.

Nos últimos meses, desde que foi atingido por uma facada durante ato de campanha em setembro do ano passado, Bolsonaro ficou com uma bolsa de colostomia junto ao corpo. Este é um procedimento que encaminha as fezes e os gases do intestino grosso para uma bolsa fora do corpo, na região abdominal.

A cirurgia

A cirurgia foi comandada pelo gastroenterologista Antonio Luiz Macedo. Segundo ele, dois tipos de procedimentos poderiam ser adotados pelos médicos.

A primeira possibilidade era unir as duas pontas do intestino grosso que foram separadas para a colocação da bolsa - a fixação pode ser feita com sutura - agulha e linha cirúrgicas - ou com um grampeador cirúrgico.

A segunda possibilidade, que foi a realizada pelos médicos, era a de cortar uma parte de 20 centímetros do intestino grosso e ligar a outra ponta diretamente ao intestino delgado, que tem mais irrigação sanguínea do que o intestino grosso. Quanto mais sangue circulando, mais fácil e rápida é a cicatrização. Esse segundo procedimento era o mais provável, porque ajuda a prevenir complicações futuras.

Gabinete no hospital

De acordo com o Palácio do Planalto, o vice-presidente Hamilton Mourão assumiu a Presidência desde o início da cirurgia e deverá permanecer no cargo por 48 horas. Depois desses primeiros dois dias, Bolsonaro deverá reassumir o cargo e despachar de dentro do hospital.

Foi montado um escritório no mesmo andar onde Bolsonaro está internado para que ele possa receber ministros.

Mais

O boletim médico na íntegra:

"O excelentíssimo Presidente da República, Jair Bolsonaro, foi submetido, nesta manhã, à cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal e extensa lise de aderências decorrentes das duas cirurgias anteriores. Foi realizada anastomose do íleo com o cólon transverso, que é a união do intestino delgado com o intestino grosso. O procedimento teve duração de 7 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue. No momento, o paciente encontrase, na Unidade de Terapia Intensiva, clinicamente estável, consciente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, prevenção de infecção e de trombose venosa profunda".

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