Cerco

Polícia mantém ocupação na área da Vila Conceição, em São Luís

Cerco policial, por tempo indeterminado, visa prender o líder do bando e localizar armas; no confronto entre militares e faccionados, oito pessoas morreram e armas e droga apreendidas

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Polícia mantém a ocupação da comunidade da Vila Conceição, à procura de faccionados e de armamento
Polícia mantém a ocupação da comunidade da Vila Conceição, à procura de faccionados e de armamento

SÃO LUÍS - A Vila Conceição, área de ocupação no Altos do Calhau, ainda na tarde desta sexta-feira, 25, permanecia ocupada por policiais militares e civis. Segundo a polícia, o forte aparato policial em atuação no bairro tem como objetivo prender o líder da facção criminosa que atua na localidade, o ex-presidiário conhecido como Tanaka, e localizar armamento de grosso calibre usado por criminosos. A ocupação, segundo o delegado Carlos Alessandro de Assis, superintendente de Investigações Criminais, é por tempo indeterminado.

Esse bando é acusado de promover tiroteio, homicídios, roubo e tráfico de droga na Ilha. Na tarde desta quinta-feira, 24, a polícia invadiu essa localidade, resultando na morte de oito suspeitos de integrarem a organização criminosa. Uma prisão foi feita, seis armas de fogo e entorpecente apreendidos.

Moradores, com medo, abandonam o bairro dominado por bandidos
Moradores, com medo, abandonam o bairro dominado por bandidos

“A polícia continua realizando busca na área para prender o cabeça do bando e apreender armas”, afirmou o delegado Carlos Alessandro de Assis, superintendente de Investigações Criminais. Ele declarou que Tanaka foi solto em novembro do ano passado do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e passou a coordenar as ações criminosas na Vila Conceição e bairros adjacentes.

Ruas desertas mostram a situação da comunidade com a insegurança
Ruas desertas mostram a situação da comunidade com a insegurança

O delegado informou, também, que os policiais estão a procura de armamento de grosso calibre. Varreduras estão sendo realizadas até mesmo em área de mangue e matagal do bairro, pois, há possibilidade de os criminosos terem escondidos armas nesse local. “Temos ciência de que as armas foram escondidas em pontos de difícil acesso”, disse Carlos Alessandro de Assis.

Diante do clima de insegurança no bairro, moradores permanecem em suas casas, trancados, com receio de saírem às ruas. Outros preferiram abandonar a área e ontem mesmo providenciavam suas mudanças.

A polícia continua realizando busca na área visando prender o cabeça desse bando e apreender armamento”Carlos Alessandro de Assis, superintendente de Investigações Criminais

Investigação

O delegado informou que esses criminosos estavam sendo investigados por uma equipe do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO), órgão da Seic, há algumas semanas. Ficou constatado que nessa localidade tiroteios vinham ocorrendo diariamente, promovidos por “faccionados”, resultado de uma rivalidade entre os criminosos da Vila Conceição e do São Francisco.

No início deste mês, a polícia teve acesso a um vídeo em que os “faccionados” exibiam armas de fogo e munições de calibres diversos, além de outros tipos de crimes. O delegado afirmou que os “faccionados” foram identificados e a polícia conseguiu mapear até mesmo a área de atuação.

O delegado Breno Galdino, da Superintendência de Repressão ao Narcotráfico (Senarc), informou que a maioria dos tiroteios ocorreram pela disputa de territórios da venda de droga. “Os integrantes de facções criminosas rivais se confrontam pela busca de espaço na Ilha, principalmente, na aquisição de boca de fumo”, disse Galdino.

Ainda de acordo com o delegado, há suspeitas de que adolescentes estão sendo usados por esses criminosos. “Existe denúncia de que menores, estão sendo usados para o transporte de droga nessa área, mas a polícia está investigando esse caso e tentando identificar os cabeças”, declarou o delegado.

Confronto

Carlos Alessandro de Assis disse que nesta quinta-feira, a polícia foi informada de que o bando estava em uma área denominada “acampamento”, localizada no bairro, planejando um ataque a integrantes de uma facção criminosa rival. Os policiais militares e civis com apoio do helicóptero do Centro Tático Aéreo (CTA) foram até o local e ao chegarem, foram recebidos a tiros.

Houve confronto e durante o tiroteio oito suspeitos foram baleados. Eles ainda foram socorridos e levados para o Socorrão I, mas não resistiram. Um dos mortos foi Rafael Mendonça Costa, de 30 anos. Ele havia sido preso em flagrante no dia 19 de outubro de 2012 pelo assassinato do policial civil Cristiano Azevedo Mota, de 36 anos, no bairro do Sá Viana.

Outro corpo identificado foi o de Adeilton Rodrigues Silva, o Júnior Matador, de 33 anos, acusado de oito casos de homicídio. Inclusive, ele tentou fugir quando foi levado para fazer exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, em julho de 2016.

As outras vítimas foram Rafael da Silva Pinto, o Piroquinha, de 28 anos, que respondia pelos crimes de tráfico e latrocínio; Carlos Alberto da Silva Campos, de 18 anos; Wallace Guimarães Rodrigues, de 26 anos, preso por roubo; Wanderson Abreu dos Santos, de 19 anos; Yanderson Zidane Rodrigues Macedo, de 20 anos, e Jolies Borges Amorim, de 31 anos. O corpo de Wanderson permanece no IML, já que o documento apresentado era falso.

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