Nova legislatura

Bancada do Maranhão, em Brasília, deve atuar por Dino e Bolsonaro

Maioria de deputados federais maranhenses deve ficar na base de apoio do presidente Jair Bolsonaro; parte destes é aliada do governador Flávio Dino

Carla Lima/Editora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Adriano: quer autonomia de deputados na AL
Adriano: quer autonomia de deputados na AL (Pedro Lucas)

Em menos de uma semana, deputados estaduais e federais e senadores eleitos em outubro de 2018 tomarão posse e, com isso, começarão novas legislaturas na Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e no Senado. A bancada maranhense no Congresso Nacional deve ter uma atuação de duas faces, com apoio ao governo estadual e aliado do Governo Federal. Na Assembleia Legislativa, a gestão comunista terá ampla maioria dos deputados em sua base de apoio.
Na Câmara dos Deputados, dos 18 nomes que integram a bancada maranhense, 12 farão parte da base aliada do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O que chama a atenção é que parte destes parlamentares maranhenses a favor do governo do PSL foi eleita com apoio do governador Flávio Dino (PCdoB), que é adversário político do presidente da República.
Entre eles estão Pedro Lucas Fernandes (PTB), Juscelino Filho (DEM), André Fufuca (PP) e Cléber Verde (PRB).
Sobre o assunto, Pedro Lucas, que será líder do PTB na Casa, garante que não se tornará um problema o apoio a Dino no Maranhão e a Bolsonaro em Brasília. Ao contrário, a boa relação de deputados maranhenses com o Governo Federal contribuirá com o Maranhão.
“A boa relação do PTB e de toda a bancada possa ter com o Planalto pode ser boa para o Maranhão”, disse o petebista.

Novato
Entre os novatos está o Pastor Gildenemyr, que logo após a posse deverá trocar o PMN pelo PSL, devido à cláusula de desempenho não alcançada pelo seu partido de origem. A postura do novo deputado será de mediador entre o Governo Federal e o Maranhão.
“Acredito que nossa atuação deve ser de estreitar o abismo político que se formou com as eleições e aumentou após a posse do presidente entre o governo do Maranhão e o Governo Federal. Queremos atuar buscando recursos que possam contribuir com o nosso estado, independentemente de posições políticas adversárias”, afirmou Gildenemyr.

Assembleia Legislativa
Na Assembleia, o governo terá somente seis deputados, em tese, que farão oposição ao governo de Flávio Dino. Um bloco deverá ser formado por Adriano Sarney, Rigo Teles e César Pires (todos do PV) e Roberto Costa e Arnado Melo (ambos do MDB). Na oposição, fica também o deputado Wellington do Curso (PSDB).
Para votar os projetos do governo e dar os apoios necessários, Flávio Dino terá uma base formada por 36 deputados, sendo sete do PDT e cinco do PCdoB, partidos que terão as maiores bancadas na Casa.
Diante desta composição, a expectativa é que nesta legislatura a postura da Casa seja semelhante à registrada entre 2014 a 2018.
Para o deputado reeleito, Adriano Sarney, mesmo diante desta possibilidade, ele torce para que os novos membros da Assembleia - mesmo sendo aliados do governador - tenham um mandato pautado na independência. “É uma forma de fortalecer a democracia e isto ocorre também com a independência entre os poderes”, afirmou o deputado do PV.
Com novos nomes e uma formação de jovens deputados, Adriano diz que espera que mudanças ocorram efetivamente, e uma delas deve ser a emenda impositiva para dar mais liberdade para os parlamentares em seus mandatos.
“Esperamos que a mudança se inicie com a aprovação da emenda impositiva e, que desta forma, sigamos o modelo do plano nacional, que tanto ajudou os aliados do governador a destinar emendas para o Maranhão”, disse Adriano.

Cinco deputados voltam ao mandato

Das 42 vagas, 22 serão ocupadas por reeleitos. Dos demais, 15 são eleitos para o primeiro mandato e outros cinco voltam à Casa após um ou dois mandatos distantes. Entre os nomes está o de Arnaldo Melo (MDB), que foi deputado por seis mandatos e após quatro anos, volta para seu sétimo mandato. Melo foi ainda duas vezes presidente da Assembleia e governou o Maranhão por um mês, em dezembro de 2014.
E com a experiência que tem na Casa, Arnaldo Melo espera contribuir com a sociedade e com os colegas. “Estamos em um momento novo na Assembleia com muitos jovens cheios de ideias. E o que eu quero é levar minha experiência de seis mandatos e ter uma Assembleia Legislativa mais atuante e trabalhando em prol da sociedade, não somente legislando, mas também fiscalizando a correta aplicação do dinheiro público”, afirmou o emedebista.
Também retorna à Casa a deputada Cleide Coutinho (PDT). Ela garante, como governista, que contribuirá com a gestão estadual. “Neste terceiro mandato como deputada estadual, trabalharei com afinco e determinação para continuar melhorando as condições da saúde, infraestrutura, apoio à população que mais precisa do apoio do poder público”, disse.
Voltaram ainda para a Assembleia Marcelo Tavares (PSB), Zé Gentil (PRB) e Rildo Amaral (SD).

Emenda impostiva

A emenda impositiva foi tema de pelo menos três oportunidades na legislatura que vai se findar. Nas três vezes em que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) foi apresentada, a base de Flávio Dino na Assembleia impediu a tramitação.

Bancada maranhense no Senado será formada de adversários

O senador Roberto Rocha (PSDB) dividirá a bancada com dois adversários políticos: Weverton Ro­cha (PDT) e Eliziane Gama (PPS). As divergências políticas são em nível local e também em relação ao governo federal, pelo menos em tese, já que tanto Rocha quanto Gama devem ficar em um bloco opositor a Jair Bolsonaro.
Roberto Rocha, até o momento, se mostra na tendência de apoiar o governo de Bolsonaro seguindo assim um caminho já definido pelo governador de São Paulo, João Dória, mesmo sem o PSDB ter definido a posição que tomará em relação ao Palácio do Planalto.
Sobre as posições local e nacio­nal, o tucano garante que não haverá prejuízo à população quanto à atuação dos senadores maranhenses. Além disso, Rocha diz não ver dificuldades em trabalhar em conjunto com os novos membros da bancada maranhense.
“Nenhuma dificuldade. Fomos colegas na Câmara. Do ponto de vista partidário, sempre tive melhor relação com o PDT e PPS”, dis­se Roberto Rocha.
Para Weverton Rocha, a relação com seu adversário político também não terá dificuldades. O pedetista acredita que o Maranhão deve ser prioridade. “Tudo o que for para ajudar o Maranhão, estaremos juntos”, garantiu. l

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