Desistência

Jean Wyllys renuncia a mandato e não vai mais morar no Brasil

Motivo apontado pelo deputado federal, que foi eleito para o terceiro mandato, é que ameaças estavam sendo feitas a ele e também a sua família

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Jean Wyllys já está fora do Brasil e não voltará para tomar posse
Jean Wyllys já está fora do Brasil e não voltará para tomar posse (Jean Wyllys)

Brasília - A assessoria do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou on­tem que o parlamen­tar não tomará posse para o novo mandato. A assessoria de Jean Wyllys informou que ele tem recebido ameaças e, por isso, decidiu não assumir o terceiro mandato parlamentar. A posse dos deputados federais eleitos está marcada para 1º de fevereiro. Jean Wyllys recebeu 24.295 votos na eleição de outubro.
Em uma rede social, Jean Wyllys se manifestou sobre o assunto. “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tem­po, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”
De acordo com a Secretaria-Geral da Câmara, o suplente de Jean Wyllys é o vereador carioca David Miranda (PSOL-RJ).
Jean Wyllys concedeu entrevista, ontem, ao jornal "Folha de S.Paulo" na qual informou que está no exterior e não pretende voltar ao Brasil. Na entrevista, o deputado diz que tem sofrido ameaças de morte.
"O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: 'Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis'. E é isso: eu não quero me sacrificar", disse Jean Wyllys à Folha.
Ainda ao jornal, Jean Wyllys disse que o PSOL, partido ao qual é filiado, reconhece que ele se tornou um "alvo" e apoiou a decisão dele de não retornar ao Brasil.

Campanha
A assessoria de Jean Wyllys afirmou que há uma campanha "mui­to pesada" contra o deputado, que dissemina conteúdo falso sobre ele na internet o associando, por exemplo, à pedofilia, ao casamento de adultos com crianças e à mudança de sexo de crianças.
Ainda segundo a assessoria, desde então, o parlamentar precisava andar de carro blindado e com escolta de seguranças armados.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgou uma nota na qual disse lamentar a decisão do deputado Jean Wyllys de não tomar posse para o novo mandato. Maia acrescentou, na nota, que ninguém pode ameaçar um deputado e "sentir-se impune".
"Lamento a decisão tomada pelo deputado Jean Wyllys. Como presidente da Casa, e seu colega na Câmara, mesmo estando em posições divergentes no campo das ideias, reconheço a importância do seu mandato. Nenhum parlamentar pode se sentir ameaçado, ninguém pode ameaçar um deputado federal e sentir-se impune", afirmou Rodrigo Maia.l

PSOL

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, disse que a situação do país é “muito grave”. “A situação do país é realmente muito grave, e a gente tem defendido que a resistência democrática no país é necessária. O Jean era e ainda é uma nesse processo de resistência democrática”, afirmou. Juliano disse lamentar a decisão de Wyllys porque o partido preferia que ele continuasse na bancada.

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