DESCASO

Descaso e falta de saneamento são comuns na Vala da Macaúba

Canal divide a Rua Nossa Senhora da Guia e prejudica moradores do local; mau odor, presença de insetos e animais e falta de capina são principais reclamações

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Vala está cheia de mato e com muretas quebradas; no período de chuvas, aumenta incidência de insetos
Vala está cheia de mato e com muretas quebradas; no período de chuvas, aumenta incidência de insetos (Vala da macaúba)

Fonte de doença para a população residente ao entorno, a Vala da Macaúba, localizada no bairro Macaúba, por onde corre esgoto in natura de vários imóveis residenciais e comerciais da região central de São Luís, intensifica a preocupação dos moradores da área durante o período chuvoso, de janeiro a junho. Atualmente, além da falta de capina e estrutura de segurança, insetos e outros bichos, como ratos, têm sido uma das principais reclamações de que tem de lidar com a situação diariamente. Segundo moradores, o Município, no último serviço de limpeza, realizado há poucos dias, fez a capina apenas em parte da vala - a que fica sob os olhos de quem trabalha no órgãos de justiça, vizinhos ao problema.

A céu aberto, o esgoto presente na vala provoca mau cheiro e perigo, uma vez que, sem as proteções laterais, que estão quebradas e danificadas, os riscos de acidentes no espaço, principalmente envolvendo crianças, é iminente. Entretanto, outro foco de reclamação é a questão da qualidade de vida, que acaba sendo muito baixa, de acordo com quem dorme e acorda vivenciando a mesma realidade, de descaso. “Há seis anos eu anoiteço e amanheço na mesma situação, respirando um mau cheiro de esgoto, lutando contra barata, rato, e sapo, principalmente quando chove. Até cobra já chegou a aparecer por aqui, porque quando chove, a vala enche, chegando ficar na altura do asfalto”, contou a jovem dona de casa e mãe de dois filhos Tayane Lopes.

Ocupando grande parte da Rua Nossa Senhora da Guia, e dividindo-a ao meio, a Vala da Macaúba não é uma queixa recente dos moradores da região. Em 2015, a população já denunciava a falta de ações de intervenção, de limpeza e outros serviços, no canal, como veiculou O Estado à época. Desde então, os problemas continuam sendo os mesmos: vegetação crescente, vazamento do esgoto que escoa pela vala quando cai um grande volume de chuva na cidade - chegando a invadir as casas -, odor fétido, falta de guarda-corpos e a proliferação de insetos e animais, que acabam favorecendo, consequentemente, o ocasionamento de doenças à população.

De acordo com o empresário Ronaldo Pinheiro, que possui uma distribuidora de água e gás na região, as últimas intervenções de serviços públicos no local, só amparou aos órgãos de justiça, que ficam próximos ao canal, logrados à Avenida Senador Vitorino Freire. “Eles fizeram a capina em apenas uma parte, mais perto da avenida e dos órgãos de Justiça, e no resto da vala, não fizeram nada e nem deram resposta, a prova é a situação atual. A gente precisa que os responsáveis tomem providências para resolver essa situação”, destacou. “Eu moro aqui, no local, há 20 anos, e nunca fizeram nada, portanto, acho difícil que faça alguma coisa”.

No local, devido à vegetação abundante, é possível observar a presença de cavalos pastando, assim como é possível verificar, também, o descarte de lixo nos arredores do canal, o que contribui para o cenário de descaso, em meio ao concreto, que compõe a Vala da Macaúba, rente a uma das avenidas de maior movimentação da capital maranhense. Para os moradores, o ideal seria fechar, com placas de concreto, o canal que tem interferido na qualidade de vida da população do bairro.

A Prefeitura de São Luís foi indagada sobre a situação denunciada pelos moradores e que medidas estão sendo tomadas diante da situação insalubre constatada por O Estado, mas até o fechamento desta edição não se manifestou.

SAIBA MAIS

De acordo com o Instituto Trata Brasil, o número de doenças relacionadas à falta de saneamento básico adequado é crescente nos bairros periféricos, como a Macaúba. Desse modo, a contaminação pode acontecer por diversos fatores, mas o mais comum é pelo contato direto com o esgoto a céu aberto, fato inevitável aos moradores da Rua Nossa Senhora da Guia, que moram de frente um canal de grande volume de esgoto - que aumenta e, geralmente, se iguala ao asfalto durante o período chuvoso.

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