Editorial

Mais dinheiro, mais choro e menos soluções

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

A cada dia que passa, o discurso do governador Flávio Dino (PCdoB), que adora creditar a terceiros as responsabilidades de problemas de seu governo, em especial, na parte financeira, cai por terra. O mais recente episódio de queda argumentativa do gestor está nos números divulgados por O Estado a partir das informações contidas na Lei Orçamentária aprovada no fim do ano passado para o atual exercício. De acordo com o texto, o Governo deverá acumular R$ 8,89 bilhões em 2019 com impostos, taxas e contribuições de melhoria. Segundo a reportagem, o valor é 30% superior ao arrecadado em 2015, ano do início da gestão comunista no Maranhão.

A carga no valor arrecadado a partir do Imposto sobre a Produção, Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também chama a atenção. Em 2016, ano de vigência da primeira elevação de impostos dinista fez o valor arrecadado com o ICMS saltar de R$ 5 bilhões para R$ 5,99 bilhões. Em 2017, novo salto para R$ 6,3 bilhões. Em 2018, segundo previsão em lei, o Estado arrecadou R$ 6,72 bilhões. De acordo com a peça orçamentária, estima-se que o Estado receba pelo imposto R$ 7.309.258.000,00.

Ou seja, fica claro a partir dos números que anualmente os cofres estaduais foram substancialmente abastecidos por elevações nas arrecadações, o que não bate com as recentes manifestações do governador Flávio Dino na mídia. Na maioria das manifestações, o governador passa uma imagem de que o Maranhão é um “estado parcialmente quebrado” devido principalmente e segundo ele à situação recessiva da economia nacional. Em síntese, e de acordo com suas alegações, a responsabilidade não é dele, e sim de um governo “ilegítimo”, como Dino definia a gestão do ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), que não priorizava até então investimentos para o Maranhão.

Com a definição do governo Bolsonaro, a expectativa inicial era que o Governo do Maranhão, diante do caos propagado por Dino, sinalizaria para os entes federais uma aproximação. Ao assumir o segundo mandato, Dino deu forte argumento para quem defendia essa possibilidade, ao propor um “pacto de solidariedade” com a União para resolver os problemas das creches no estado. No entanto, a pauta - como o tempo mostrou em seguida - não passou de mais uma bravata dinista. Dias depois da proposição, na mídia nacional, Dino disse em alto e bom som que tem “discordância plena” com Bolsonaro e que não abriria mão de seus pensamentos ideológicos. Portanto, afastou ainda mais qualquer tipo de aproximação com o governo federal.

Fica claro para boa parte da população mais esclarecida que Flávio Dino, ao sempre atribuir aos outros os problemas de sua administração, cai na armadilha de suas próprias contradições. O próprio governador não explica como pode um Estado ter diminuído a sua capacidade de investimentos, por exemplo, com aumentos sucessivos na arrecadação. Seria mesmo falta de atenção dos entes federais? Ou é má gestão mesmo?

O próprio governador comunista deve responder.

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