MATRÍCULAS

Pais de alunos enfrentam filas em busca de vagas na rede estadual

Eles se esforçam para conseguir vagas nas proximidades de onde moram, mas esbarram na quantidade reduzida de vagas; no Centro de Ensino Japiaçu, mais de 100 pessoas disputavam 62 vagas para turmas do 6º ao 9º ano

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

[e-s001]Munidos com cadeiras, lonas, guarda-chuvas e lençóis, pais e responsáveis de crianças e adolescentes de São Luís dormiram na frente de escolas em busca de vagas na rede estadual de ensino, para turmas do 6º ao 9º ano. Na Unidade Integrada Barbosa de Godois, localizada no bairro Monte Castelo, as filas iniciaram-se na tarde de segunda-feira (21). Já no Centro Educacional Japiaçu, no Anjo da Guarda, desde o domingo (20) famílias se revezavam nas filas para garantir que os filhos não perdessem o ano letivo.

No total, 118 vagas foram disponibilizadas para turmas de 6º, 7º, 8º e 9º ano nas duas instituições, sendo 56 na UI Barbosa Godóis e 62 no CE Japiaçu. Nesta última, mais de 100 pessoas disputavam as vagas, entre elas o cabeleireiro Ribamar Lima, que precisou descansar na calçada após mais de 36 horas na fila. “A gente tem de se escorar um pouquinho, porque já são duas noites aqui para conseguir uma vaga. Primeiro, veio a minha mulher, no domingo, depois eu vim para revesar”, contou.

A intenção era conseguir matricular os filhos nas escolas mais próximas de casa, por meio das fichas de inscrições entregues na manhã de ontem, pelas instituições, mas nem todos obtiveram êxito e seguem com a incerteza neste primeiro semestre do ano letivo de 2019. “Eu moro no Cajueiro e as escolas de lá só tem turmas até o 5º ano, por isso precisei buscar, aqui pelo Anjo da Guarda, porque, mesmo distante, é a que fica mais perto de casa. Mas as vagas acabaram aqui e eu não sei como vai ser”, lamentou a dona de casa Ruth Almeida, que precisou permanecer na fila durante horas com uma criança de colo.

Filas
Problema semelhante ocorreu no Monte Castelo, onde as filas se formaram no início da tarde de segunda-feira e permaneceram até a manhã de ontem, quando, enfim, as senhas foram entregues. De acordo com a operadora de caixa, Wildma Cardoso, que buscava uma vaga para o 6º ano, além da proximidade de casa, a concorrência se justifica pela qualidade de ensino.

“Nem o Estado nem o Município oferecem escolas com qualidade. A gente está aqui porque sabe que a escola tem capacidade. Como tinham poucas vagas, a gente resolveu ficar logo e acabamos pegando chuva e sol, mesmo sem garantias de que conseguiríamos, porque nas inscrições realizadas pela internet as matrículas eram direcionadas até para bairros distantes”, esclareceu.

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) foi contatada e por meio de nota informou que, com relação aos centros de Ensino Barbosa de Godóis e Japiaçu, o ensino fundamental está em processo de municipalização desde 2005, conforme legislação nacional vigente, que prevê ao Município oferecer o fundamental, e ao Estado ofertar o ensino médio.
Sobre a demanda por matrículas nas escolas, a Seduc informou que equipes da secretaria estiveram na manhã de ontem (22) na unidade escolar para orientar os pais quanto à matrícula em outras unidades da rede pública nas mesmas regiões, que dispõem de vagas para atender a comunidade. Frisou ainda que realizou, na manhã de ontem, a matrícula dentro do número de vagas ofertadas, por ordem de chegada dos pais, e que apenas uma matrícula não foi efetuada por causa de problema na documentação, o que seria solucionado no período da tarde. A equipe da Seduc também esteve no Centro de Ensino Japiaçu. Esta é uma das poucas escolas de ensino fundamental que ainda estão sob responsabilidade do Estado.

[e-s001]E especificamente em relação à demanda por matrículas na referida escola, a Seduc informou que tudo o que poderia ser feito para ampliar a oferta de vagas e receber novos alunos do Ensino Fundamental, nessa unidade de ensino, já foi feito: desde 2016 não foram abertas salas de Ensino Médio nos turnos diurnos, como previsto, para que pudesse ser atendida a demanda do Ensino Fundamental, dentro da capacidade da escola, que possui 10 salas de aula, totalizando 20 turmas nos dois turnos; foi aberta mais uma sala do 6º ano, no turno vespertino, onde há uma demanda maior. Para isso, a sala de informática foi adaptada para a sala de aula. O número de alunos por sala de aula foi ampliado de 30 para 35. Por tanto, já há excesso de matrículas. E por último orienta os pais que busquem as escolas da rede municipal na região, onde ainda existem vagas disponíveis para matricularem seus filhos.

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