União Europeia

Pressionada, May rejeita adiar Brexit

Na semana passada, o acordo que ela negociou com os representantes do bloco europeu foi rejeitado por 402 dos 650 parlamentares. May quer novas conversas sobre a questão na fronteira com a Irlanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Premiê britânica, Theresa May, apresenta ‘plano B’ em uma tentativa de desbloquear o Brexit
Premiê britânica, Theresa May, apresenta ‘plano B’ em uma tentativa de desbloquear o Brexit (AFP)

LONDRES - A primeira-ministra britânica, Theresa May, rejeitou ontem (21) a hipótese de adiar o Brexit, previsto para 29 de março. Em vez disso, a premiê afirmou que vai ouvir os parlamentares para levar novas propostas à União Europeia antes de o Reino Unido deixar o bloco.

Em reunião no Parlamento britânico nesta segunda, May pediu aos parlamentares: a rejeição da proposta de um segundo referendo sobre o Brexit; que formulem um novo projeto para o impasse na fronteira com a República da Irlanda; o fim de uma taxa cobrada a cidadãos da União Europeia que pretendem viver no Reino Unido.

Após o acordo sobre o Brexit firmado com a UE ter sido rejeitado pelo Parlamento, May disse que deseja dar garantias aos congressistas de que "está ouvindo vozes independentes do Parlamento" para elaborar uma nova estratégia da relação do Reino Unido com o bloco.

Fronteira na Irlanda

Um dos principais pontos dessa nova consulta de May aos parlamentares é a questão do "backstop" – uma série de garantias alfandegárias para a circulação de bens e pessoas entre a República da Irlanda (independente e parte da UE) e a Irlanda do Norte (integrante do Reino Unido).

A fronteira entre as duas Irlandas permanece aberta, e a preocupação de um Brexit sem acordo recai sobre a indefinição do que ocorreria na região. Portanto, May pretende levar à União Europeia uma nova proposta sobre o "backstop" para tentar resolver o impasse.

Há o temor de que o imbróglio na fronteira reacenda as tensões entre as duas Irlandas – a explosão de um carro-bomba na Irlanda do Norte na noite de sábado, inclusive, acendeu um sinal no governo britânico. May, porém, garantiu que não vai rever o Acordo da Sexta-Feira Santa – firmado entre os dois países em 1998 para por fim à violência na região.

Acordo do Brexit rejeitado

Na semana passada, o acordo que May havia negociado com os representantes do bloco europeu foi rejeitado por 402 dos 650 parlamentares, impondo à premiê britânica a maior derrota do governo na história moderna do Reino Unido.

O documento negociado inicialmente pela primeira-ministra previa que a saída do Reino Unido da UE – marcada para 29 de março – fosse gradual e seguida de um período de transição. O plano era dar tempo aos dois lados para acertar os termos de negociações comerciais, por exemplo. Outro ponto polêmico dizia respeito à fronteira entre a Irlanda (país independente e membro da UE) e a Irlanda do Norte (parte do Reino Unido).

O grupo que votou contra o acordo de May incluía tanto parlamentares que querem um desligamento sem condicionantes e abrupto (já a partir de 29 de março) quanto os que rejeitam o Brexit.

O texto apresentado por May havia sido aprovado pela UE em novembro de 2018. Segundo a premiê, o bloco descarta discutir os termos e não deve aceitar a discussão de um novo acordo.

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