Agronegócio

Rally da Safra 2019 avaliará lavouras de soja no estado

Expedição privada objetiva avaliar potencial produtivo das lavouras, percentual de transgênicos, características físicas e nutricionais da soja, níveis de fertilidade do solo, presença de pragas, doenças e plantas daninhas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Expedição iniciada este mês estima percorrer mais de 95 mil quilômetros, e a área a ser avaliada pelos técnicos corresponde a 95% da produção de soja e 72% de milho no país
Expedição iniciada este mês estima percorrer mais de 95 mil quilômetros, e a área a ser avaliada pelos técnicos corresponde a 95% da produção de soja e 72% de milho no país (rally)

O Maranhão está novamente no roteiro do Rally da Safra 2019, expedição privada inicia­da dia 14 deste mês que percorrerá propriedades com objetivo de avaliar potencial produtivo das lavouras, percentual de transgênicos, características físicas e nutricionais da soja, níveis de fertilidade do solo, presença de pragas, doenças e plantas daninhas, entre outros dados, além de entrevistar produtores das regiões visitadas.
Nesta 16ª edição do Rally da Safra, serão 12 equipes em campo. A Equipe 8 percorrerá lavouras de soja no Nordeste e Norte do Brasil avaliando lavouras nas regiões do oeste da Bahia, sul do Piauí, Maranhão e Tocantins entre os dias 11 e 16 de março. A passagem por terras maranhenses ocorrerá dia 15 de março, na região de Balsas.
Além do Maranhão, o levantamento acontecerá em 13 principais estados produtores de soja e milho do país: Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Tocantins, Rondônia e Pará.
Além das avaliações em cam­po, a expedição fará dez eventos regionais e encontros com produtores para debater as condições da safra brasileira. A expedição estima percorrer mais de 95 mil quilômetros neste ano. A área avaliada pelos técnicos corresponde a 95% da produção de soja e 72% de milho no país.
Após uma safra surpreenden­te, marcada por produtividades acima das expectativas, exportação recorde e rentabilidades positivas, o Rally da Safra 2019 vai a campo em um cenário de preocupação dos sojicultores. Três importantes regiões produtoras – oeste e norte do Paraná e o sul do Mato Grosso do Sul – foram afetadas pelas altas temperaturas e chuvas irregulares que vêm ocorrendo desde meados de dezembro, acentuando as perdas nas lavouras. Outros estados também registram problemas pontuais, em função da estiagem e das altas temperaturas.
“Não temos mais a possibilidade de safra recorde, como esperávamos no início de dezembro, mesmo com crescimento de 3,1% na área plantada, chegando a 36,2 milhões de hectares”, afirma André Pessôa, coordenador-geral do Rally e sócio-diretor da Agroconsult, organizadora da expedição. No momento mais otimista da safra, em novembro do ano passado, a projeção da Agroconsult para a safra 2018/19 apontava para 122,8 milhões de toneladas. Agora, a estimativa pré-Rally indica uma safra de 117,6 milhões de toneladas de soja.
“Essa nova estimativa considera a possibilidade de regularização das chuvas. No entanto, se prosseguir o quadro atual, a perspectiva é de piora. Este é o momento oportuno para o Rally verificar a situação das lavouras, diante de um cenário tão heterogêneo. As características climáticas deste período trazem incertezas sobre o peso de grãos, que será avaliado pelas equipes do Rally para confirmar o efeito do clima sobre a produção”, explica André Pessôa.

Queda na produtividade
Praticamente em todo o Paraná, a situação das lavouras se deteriorou em dezembro e no início de janeiro, especialmente nas regiões oeste, sudoeste e norte do estado. Essas regiões passaram por um período de 20 a 30 dias seco do final de novembro até pouco antes do Natal. Voltou a chover em meados de dezembro, mas em volume insuficiente para recuperar parte das perdas e com distribuição irregular. Em relação à safra passada, a queda na produtividade é estimada em 11,1%, chegando a 52 sacas por hectare na safra 2018/19.
“Quem plantou muito cedo foi mais prejudicado. Há muitos relatos de produtores que trabalharão no prejuízo. Ao mesmo tempo, áreas vizinhas receberam chuvas e não foram tão castigadas”, destaca o coordenador do Rally.
Já no sul do Mato Grosso do Sul, a estimativa de produtividade também foi reduzida em 11,5% – saindo de 59,9 sacas por hectare em 2017/18 para 53 na safra 2018/19 – devido ao clima seco entre o fim de novembro e meados de dezembro e também à chuva irregular desde então. As lavouras precoces, assim como ocorreu no Paraná, foram as mais atingidas.
No Mato Grosso, onde a Equi­pe 1 do Rally da Safra avalia lavouras no Médio-Norte do estado, a colheita está em andamento, concentrada nas áreas em que será cultivado algodão safrinha. Os primeiros resultados mostram redução na produtividade média na soja mais precoce, porém as lavouras de ciclo médio apresentam bom potencial, o que ajudará a manter o patamar de produtividade do ano anterior.
Apesar dos problemas de irregularidades de estande e a necessidade de replantio em áreas na região do Planalto e Serra, no Rio Grande do Sul a expectativa de produtividade para a safra 2018/19 ainda supera a anterior, em função da recuperação do potencial produtivo da metade Sul do Estado, podendo alcançar 53 sacas por hectare.
Em melhor situação encontram-se os Estados da Bahia e Minas Gerais. A implantação das lavouras ocorreu em condições excelentes e não faltou chuva desde então. No entanto, existe o temor – principalmente na Bahia – de que ocorra um veranico entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. Se o clima colaborar, porém, a produtividade pode repetir os excelentes resultados da safra passada.

Mais

Levantamento de safra

O Rally da Safra é um dos principais eventos do agronegócio brasileiro. Projeto pioneiro no país, iniciou em 2004, sendo o único levantamento de safra técnico privado que vai a campo para avaliar as condições das lavouras de soja e milho.
A expedição é realizada entre janeiro e março, durante a fase de desenvolvimento das lavouras e colheita. O roteiro é escolhido com o objetivo de percorrer os principais polos produtores de soja e milho do país.

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