José Almir: um homem fora de série

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
“Depois de prestar relevantes serviços ao Banco do Brasil, aposentou-se, mas deixou o nome gravado na instituição, pela maneira como procedia, fosse pela assiduidade ou pelo empenho no trabalho, sempre o primeiro a chegar e o último sair, com a sua mesa de trabalho intocavelmente arrumadaBenedito Buzar

Do primeiro casamento de Anacleto Tavares da Silva com Maria Celeste Neves, nasceram três filhos, todos do sexo masculino: José Alberto, José Almir e Murilo.

O pai, um brilhante militar do Exército, com participação em diversos movimentos históricos do Brasil, a exemplo da Revolução de Trinta, educou e preparou os filhos para a vida castrense.

Dos três, o único que não se adaptou ao regime militar foi José Almir, que deixou a Escola Preparatória de Resende, no Rio de Janeiro, em repúdio aos rigorosos exercícios físicos impostos aos cadetes.

Desligado da AMAN - Academia Militar das Agulhas Negras, para a tristeza do pai, José Almir ficou no Rio de Janeiro, onde, conquanto sonhasse com a carreira de advogado, não fez vestibular para o curso de Direito, pois a sua prioridade era o emprego para não viver à custa de mesada, o que conseguiu ao ser aprovado no teste para trabalhar no Banco Real. Como gostou da vida bancária, tratou de se preparar para ingressar no Banco do Brasil, à época, o sonho da juventude brasileira, pelo convidativo salário pago aos servidores.

No primeiro concurso a que se submeteu, em 1954, logrou aprovação e bem classificado, por isso veio trabalhar na única agência do BB em São Luís, localizada na Avenida Pedro II.

No seu retorno, tratou de se reaproximar da ex-namorada, aluna do Colégio de Santa Teresa e filha do então capitão do Exército, Alexandre Colares Moreira, Guilhermina Elvira (Guivi), com a qual contraiu matrimônio em dezembro de 1955 e com quem teve três admiráveis filhos: Sandra, Nilson e Márcio, que lhe deram sete netos, um dos quais seu xodó, carinhosamente chamado de Peixinho.

Apenas uma vez José Almir interrompeu suas atividades no Banco do Brasil: em 1971, na gestão do Governador Pedro Neiva de Santana, que o convidou para ocupar o cargo de Superintendente do Banco do Estado do Maranhão, presidido por Aldemir Silva, também, do quadro qualificado do BB.

Depois de prestar relevantes serviços ao Banco do Brasil, aposentou-se, mas deixou o nome gravado na instituição, pela maneira como procedia, fosse pela assiduidade ou pelo empenho no trabalho, sempre o primeiro a chegar e o último sair, com a sua mesa de trabalho intocavelmente arrumada.

Aposentado, como era um homem caseiro, passou a se dedicar apenas à família e ao lar, onde extravasava as suas manias e excentricidades, algumas conhecidas como o hábito de almoçar impreterivelmente às 11 horas; de visitar diariamente, chovesse ou fizesse sol, o cemitério do Gavião, para venerar a sua idolatrada genitora; o seu automóvel ficava mais tempo na garagem do que na rua, mesmo assim o trocava por novo modelo, anualmente e no mês de maio. Só uma pessoa podia abrir a porta da casa para ele entrar: a abnegada esposa, Guivi. Se não fosse ela, ficava na rua. Gostava mais de ouvir rádio do que ver televisão, daí porque em cada dependência da sua residência tinha um aparelho radiofônico e sintonizado numa só emissora local. Sua leitura predileta: Histórias da II Guerra Mundial, porque apreciava Adolf Hitler, mas abominava o fascismo.

Esse o José Almir Neves Tavares da Silva, que eu tive o prazer e a honra de privar da amizade, amizade essa que chegava ao ponto de dois dias antes do meu aniversário, pelo telefone, parabenizar-me. E ai de mim se não fizesse o mesmo no dia em que ele mudava de idade.

Bem antes de adoecer, disse-me que quando morresse duas coisas não teriam no seu enterro: flores no caixão e sapato nos seus pés. Perguntei porque queria ir descalço e a resposta veio na ponta da língua: - Para aonde vou não se precisa de sapato. Faz sentido. Essas exigências foram cumpridas religiosamente pelos familiares.

Secretário de Alagoas

O senador Edison Lobão, derrotado nas eleições de 2018, não pretende abandonar a atividade política.

Como pensa concorrer a um cargo eletivo no pleito de 2020, deve aceitar o convite do jovem governador Renan Filho, para assumir o cargo de Secretário do Governo de Alagoas, em Brasília.

Vesti azul

A inusitada declaração da Ministra da Família, Damares Alves, de que menino veste azul e menina veste rosa, repercutiu nos meios artísticos do país.

Não por acaso, retornou as paradas de sucesso a composição do maranhense, Nonato Buzar, que, nos anos setenta, ganhou boa grana com a música Vesti Azul.

Sarney Filho

O deputado Sarney Filho é o político maranhense que soube se impor no cenário nacional, razão porque tem sido chamado para ocupar cargos importantes, nos quais pontificou com dignidade e competência.

Por duas vezes chegou ao primeiro escalão do Governo Federal, nomeado para o Ministério do Meio Ambiente, nas gestões do presidente Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer.

Mesmo não sendo bem-sucedido no pleito senatorial do ano passado, teve o seu nome lembrado para o cargo de Secretário do Meio Ambiente de Brasília, no qual deverá brilhar pelos conhecimentos sobre um assunto de vital importância para o desenvolvimento do Brasil.

Autobiografia

O deputado José Reinaldo já tem um projeto na cabeça para executar depois que encerrar o seu mandato na Câmara Federal.

Deixar para a posteridade um livro com toda a sua história de vida, ao longo da qual, como técnico, exerceu cargos de extrema relevância na administração pública estadual e federal.

Como tem farto material sobre essa trajetória de vida, espera oferecer às novas gerações um testemunho fiel do que fez e realizou pelo Maranhão e pelo Brasil nesses anos de turbulência política.

Iniciativa popular

Louvável, sob todos os pontos de vista, o gesto do deputado Eduardo Braid de aprovar na Assembleia Legislativa do Maranhão um projeto de sua autoria e de significada relevância democrática.

Trata-se da Lei de Iniciativa Popular, prevista na Constituições do Brasil (Art.61, § 2º) e do Maranhão (Art. 44), mas lamentavelmente desconhecida da população brasileira, que, se a usasse, muita coisa poderia melhorar aqui e alhures.

Que os maranhenses tenham bom proveito dela.

A eutanásia de um supermercado

Nada mais triste e melancólico do que ver um empresário, por meio das redes sociais, deflagrar uma campanha pública para salvá-lo de um triste fim.

Não interessa, nesse momento de aflição em que vive aquele homem de negócios, saber se foi ele ou não o culpado pelo fracasso de um empreendimento tão promissor.

O que punge é vê-lo numa situação vexatória do ponto de vista financeiro, que o levou a perder a cerimônia e vir a público em busca de socorro.

To be or not to be

Afinal, qual é a verdadeira situação financeira do Governo do Maranhão?

Enquanto os pessimistas dizem que o Estado poderá, este ano, sofrer problemas financeiros e deixar de cumprir seus compromissos governamentais.

Os otimistas informam que o Governo maranhense deseja oferecer ajuda financeira ao Ministério da Educação para a construção de creches no Estado.

Homenagem que gratifica

No dia de hoje, há quarenta anos, colava grau mais uma turma do Curso de Administração da Universidade Estadual do Maranhão.

Os formados vão comemorar o evento como uma solenidade festiva, na qual eu serei um dos professores homenageados.

A homenagem prova que o tempo passou mais eu continuo presente na memória daquela sadia mocidade.

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