Segurança

Donald Trump promete investir em sistema de defesa espacial

Contra ''ameaças externas'', presidente dos Estados Unidos anunciou ontem que vai incrementar arsenal militar e sistemas antimísseis. Segundo ele, os adversários estão ''desenvolvendo rapidamente'' o poderio balístico

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Presidente Donald Trump anuncia promessas para sistema de mísseis dos EUA
Presidente Donald Trump anuncia promessas para sistema de mísseis dos EUA (Reuters)

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu investir em um sistema de defesa espacial contra o que chamou de "ameaça de adversários externos". Em pronunciamento no Pentágono, em Washington, ontem (17), o republicano afirmou que o escudo vai "detectar e destruir" mísseis disparados contra o território norte-americano.

"Nós vamos reconhecer que o espaço é um novo campo de batalha com a Força Espacial guiando o caminho", afirmou Trump.

O sistema lembra a Iniciativa de Defesa Estratégica desenvolvido pelo ex-presidente Ronald Reagan nos anos 1980 – uma das referências de Trump. Esse escudo planejado durante a Guerra Fria ganhou o apelido de "Guerra nas Estrelas".

Meses atrás, Trump anunciou a criação de uma força militar exclusiva para o espaço, que funcionaria paralelamente ao Exército, à Marinha e à Força Aérea. Parte da equipe de Defesa do governo, porém, é contra.

Seis medidas para a defesa

O incremento na defesa espacial está entre as seis medidas anunciadas por Trump no discurso de ontem. São elas: priorizar a defesa de todo o território norte-americano "acima de tudo"; investir em novas tecnologias, não só nas já existentes; proteger a população dos EUA contra "ataques de mísseis"; reconhecer que o espaço é um campo de batalha; remover obstáculos burocráticos para a aquisição das novas tecnologias; requilibrar a repartição de encargos militares com aliados.

Ameaças externas

A justificativa de Trump para o investimento nos sistemas de mísseis e de baterias antiaéreas – não só na Força Espacial – está na "ampliação da capacidade dos arsenais" dos países inimigos dos Estados Unidos.

O norte-americano citou o Irã, país inimigo dos Estados Unidos desde o fim da década de 1970. Segundo ele, o poderio militar norte-americano deve voltar a se reerguer em um ritmo mais veloz do que o de adversários. "Não devemos apenas acompanhar o ritmo dos outros países, mas ultrapassá-los", disse o presidente.

"Nós somos bons jogadores, mas podemos ser bem pior do que qualquer um se precisarmos. Quanto mais forte [o arsenal militar], menos precisaremos dele", afirmou Trump.

Pentágono

Um documento do Pentágono detalha os novos projetos para proteger os Estados Unidos dos novos mísseis hipersônicos de China e Rússia, que podem se deslocar a mais de 5.000 km/h e manobrar, sendo quase impossíveis de interceptar.

Os Estados Unidos querem monitorar a trajetória destes mísseis graças a sensores especiais, modernizando ferramentas que já estão no espaço, destaca o documento.

O Pentágono lançará ainda um estudo sobre a criação de um novo sistema de interceptação, com uma espécie de drone equipado com mísseis capaz de permanecer na órbita terrestre para destruir mísseis hipersônico hostis em seu apogeu.

A nova estratégia de defesa também está voltada para os mísseis balísticos de Irã e Coreia do Norte, vetores menos sofisticados mas capazes de ameaçar diretamente os aliados dos Estados Unidos na Europa e no Japão, na qual o Pentágono explora outra opção: destruí-los logo após o lançamento.

Os sistemas de defesa atuais são voltados para a destruição dos mísseis em pleno voo e caso consigam neutralizá-los ainda na fase de aceleração, os Estados Unidos reforçarão a defesa de seus aliados e a dissuasão.

Neste sentido, o Pentágono analisa equipar com um novo tipo de míssil os caças 'invisíveis' F-35 para patrulhar as zonas de lançamento, por exemplo, durante um hipotético conflito com a Coreia do Norte.

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