Editorial

Ajuda de Dino ao Governo Federal

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Dia 1o de janeiro de 2019. Ao bradar do Palácio dos Leões mais uma república fora das garras da “tal oligarquia”, Flávio Dino (PCdoB) lançou a primeira de suas pautas e que se transformam, nos dias subsequentes, em discurso vazio. Desta vez, o governador que conduz um Estado transformado por ele mesmo em decadente financeiramente decidiu oferecer ajuda ao Governo Federal para a recuperação de creches no estado do Maranhão. Sem citar quais unidades seriam essas, Dino disse que seria importante a medida para o bem da população.

Para deixar claro, estas foram as exatas palavras do governador confirmadas por sua própria assessoria de comunicação: “E amanhã [2 de janeiro], eu estarei dirigindo um ofício ao excelentíssimo ministro de Estado da Educação, hoje empossado, oferecendo parceria para conclusão das creches federais paralisadas no território maranhense. […] E eu, com muita humildade, mas com muita disposição para mostrar o quão democrático é o nosso governo, e com a ajuda da bancada federal maranhense, estou oferecendo ao ministro de Estado da Educação dinheiro para que nós possamos juntar recursos municipais, recursos federais e recursos do governo do Maranhão para que nós possamos entregar as creches para as crianças, porque as crianças não são municipais, estaduais, federais; elas são crianças brasileiras e por isso merecem que nós nos juntemos para o atingimento dessa meta”, falou Dino.

O Governo do Maranhão confirmou a O Estado que encaminhou ao Ministério da Educação (MEC) o documento. Por sua vez, a pasta federal foi procurada no mesmo dia e nos dias seguintes para saber acerca dos detalhes da oferta. Ninguém da pasta confirma o envio da ajuda e nenhuma sinalização positiva foi dada, até o momento, à generosa ajuda dinista. O Governo também não informou em quais cidades há creches precisando de reformas e quanto foi oferecido.

Tentando desvincular uma imagem de falência da gestão, Dino - no contexto da oferta de ajuda às creches - chegou a propor uma espécie de "pacto de solidariedade" com a União, mesmo tendo ignorado por várias vezes chamados de Jair Bolsonaro (PSL) para reuniões. O que o governo, de fato, precisa solucionar - além da situação das creches - é a aplicação e a gestão dos recursos públicos do estado. Levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada e divulgado pelo Estadão aponta que o Maranhão - além de outros estados como Alagoas e Sergipe - permanecerá em crise este ano e está no momento distante do patamar de recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2014.

A má gestão de recursos não é escondida pelo próprio governador que, em entrevista recente à Folha de São Paulo, admitiu atrasos no pagamento a fornecedores e disse que isso “não se trata de nada alarmante”. Não é o que revelam dados do Portal da Transparência que apontam que a atual gestão estadual entrou o ano de 2018 com mais de R$ 807 milhões de restos a pagar, quase R$ 200 milhões a mais que os R$ 624 milhões de 2017.

Atraso na quitação de prestadores de serviços, contas desreguladas, ameaça de calote aos aposentados e pensionistas. Pelo jeito, os maranhenses terão quatro anos bem difíceis.



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