Esquecidas

Pontes de São Luís apresentam problemas de infraestrutura

As pontes do Caratatiua, Bandeira Tribuzi e do São Francisco estão cheias de problemas, atrapalhando a vida daqueles que precisam passar a pé ou de bicicleta pelos locais, além da parte onde trafegam outros veículos

Emmanuel Menezes / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

[e-s001]Erguida sobre as águas com o propósito de interligar, ao mesmo nível, pontos não acessíveis separados por rios ou outros obstáculos naturais, as pontes são uma das principais obras da cidade de São Luís. Elas ligam a “velha cidade” com a “nova São Luís”, além de proporcionar à população olhar de cima um rico manguezal. Porém, esses acessos não estão recebendo o cuidado que deveriam do poder público, como foi constatado por O Estado, que esteve em três pontes distintas para avaliar a situação, após denúncias de moradores de áreas diferentes da capital.

A primeira é a Ponte Governador Newton Bello, popularmente conhecida como Ponte do Caratatiua, onde, na última semana, um carro perdeu o controle e acabou caindo nas águas do Rio Anil. O local aparenta estar esquecido pelas autoridades. Nas calçadas das duas laterais da ponte, destinadas à passagem de pedestres, diversos buracos são encontrados em vários pontos. As muretas de sustentação estão quebradas em dois pontos, deixando cerca de cinco metros do espaço sem nenhuma proteção, podendo ocasionar a queda de pedestres e ciclistas que passam pelo local no rio e mangue. O local onde aconteceu o acidente na última sexta-feira (11) continua sem reforma.

[e-s001]Na Ponte Governador José Sarney, também conhecida como Ponte do São Francisco, a situação é parecida. Diversas partes do piso do calçamento não existem, dando lugar a buracos e vegetação. Muitos ciclistas fazem o trajeto do São Francisco à Beira-Mar, correndo grande risco no percurso. Foi constatado, também, desgaste nos vãos que ligam as partes construídas da ponte. Em alguns pontos, é possível colocar um pé inteiro dentro dos buracos, dando a impressão de que você pode cair a qualquer momento.

Ailton Barros atravessa a ponte todos os dias. Segundo ele, há mais de cinco anos nunca foi feita nenhuma reforma no local. “Os buracos aumentam todos os dias. Até vegetação se forma no chão da ponte. Quem passa por aqui sente uma insegurança gigantesca, não tem como explicar”, diz. Acompanhado de três filhos, ele não solta as mãos das crianças em nenhum momento.

[e-s001]A Ponte Bandeira Tribuzi, que liga o Jacarati à Camboa, se junta ao grupo de pontes com falta de infraestrutura da capital. A passagem de pedestre, além de ser cheia de buracos, tem fiação subterrânea exposta por vários metros do percurso. As muretas de proteção que separa carros e pedestres estão destruídas em dois pontos da obra, com barras de ferro enferrujadas desprotegidas. Muita vegetação também é encontrada nos locais sem calçamento.

O Estado questionou a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra) sobre a situação das pontes. Segundo a Sinfra, um planejamento de recuperação de diversos pontos, incluindo as pontes citadas na solicitação, está sendo feito. A Secretaria informa que nos próximos dias serão executados serviços que já fazem parte da rotina no objetivo de melhorar cada vez mais os espaços públicos de São Luís.

[e-s001]HISTÓRIA DAS OBRAS

Ponte Governador Newton Bello: A Ponte Governador Newton Bello, popularmente conhecida como Ponte do Caratatiua, foi construída em 1968, sobre o rio Anil (a primeira sobre o rio), em uma área de manguezal. A partir de sua inauguração, aumentou a ocupação dessa região da cidade, com a construção dos bairros Maranhão Novo (1970), Ipase (1975) e Cohama (1975). A seu lado, foi construída a Ponte Hilton Rodrigues (Ponte do Ipase), no fim da década de 1980, funcionando cada uma como via de mão única. A manutenção da infraestrutura das duas pontes é alvo de constantes questionamentos.

Ponte Bandeira Tribuzi: A Ponte Bandeira Tribuzi fica sobre o rio Anil, e liga o bairro do Jaracati à Camboa. Foi inaugurada em 1980 e homenageia o poeta maranhense Bandeira Tribuzi, autor do hino de São Luís.
Em 2017, foi inaugurada uma série de painéis de grafite na ponte, que fazem menção a personagens históricos e artísticos da capital maranhense e do bairro da Vila Gorete. Também foram construídas uma praça, quadra poliesportiva, pista de caminhada, além de um cais flutuante e ancoradouro para os pescadores da região.

Ponte Governador José Sarney: A Ponte Governador José Sarney, popularmente conhecida como Ponte do São Francisco, foi inaugurada em 14 de fevereiro de 1970. Fica sobre o rio Anil, com extensão de 820 metros, sendo a maior ponte da cidade.
Possui três pistas, com sentidos alterados de acordo com o tráfego e serve de ligação entre Centro Histórico e os bairros São Francisco e Renascença. A partir de sua inauguração, a expansão urbana pôde avançar para o norte da ilha, ocupando a orla da capital, com a construção de bairros de alta e média renda, visto que antes o transporte entre o bairro do São Francisco e o Centro era realizado por meio de canoas.

Pontes de São Luís apresentam péssima infraestrutura para pedestres e ciclistas

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