Editorial

O que espera o brasileiro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Agradar o brasileiro não é muito difícil. Até porque a população não busca ações extravagantes e também não espera projetos mirabolantes das autoridades. O que o cidadão espera é o básico, aquilo que lhe é de direito e pode garantir a ele dignidade para levar a vida e cuidar da família.

Quem paga seus impostos - e no país são muitos e nada baratos - quer saúde para poder ter a tranquilidade de que usufruirá de um atendimento médico de qualidade, em caso de necessidade. Poderá fazer suas consultas e exames, de rotina ou não, com o especialista desejado, sem precisar esperar meses numa longa fila - tempo em que a doença pode se agravar, diante do diagnóstico tardio.

Quer segurança na medida, para que possa sair às ruas, pegar um ônibus ou van, sem o risco de ser assaltado. Também espera o dia em que não precise estruturar uma casa, priorizando equipamentos como grades, cercas elétricas, câmeras e outros. Espera criar os filhos e brincar com os netos sem o perigo de ter a vida encurtada por balas perdidas ou por ações do crime organizado ou de facções criminosas.

Sonha poder dar uma educação de qualidade para os filhos, e que ela seja pública, gratuita. Que não falte material de trabalho para os professores e que a escola tenha infraestrutura necessária para garantir conforto aos discentes e docentes. Afinal, a educação é o que proporcionará um futuro mais tranquilo aos filhos.

Quer poder aproveitar a vida também em viagens, sem que seja vitima de acidente por causa de buracos, mau conservação das estradas ou ainda falta de sinalização. Também almeja que possa andar com tranquilidade nas cidades, que sofrem com as chuvas, fazendo com que ocorram inundações e surjam crateras no asfalto.

Espera poder comprar sua casa em 36 anos, pagar devagar, sem medo de perder o emprego e não poder arcar com as prestações. Espera o conforto de bens, como TV, computador e até um carro, tudo em suaves parcelas, claro. Só assim, o brasileiro consegue somar algo e tentar se preparar para o futuro.

Quer poder ter a possibilidade de sair num domingo com a família para uma programação gratuita, num parque, numa praça. O lazer merecido para quem trabalha a semana inteira e espera a recompensa do descanso ao lado de pessoas queridas.

Tudo isso está garantido em lei, mas fica só no papel. Na prática, o cidadão sofre com atendimento precário na saúde, insegurança nas ruas e avenidas, educação de baixa qualidade, situação problemática nas estradas e poucas opções gratuitas de lazer.

O problema maior é que o cidadão espera, pelo menos, que um desses desejos seja atendido a contento. Mas, o dia a dia mostra que a realidade é bem diferente. E, por enquanto, os direitos ficam apenas no campo dos sonhos.

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