Texto contrário ao "pacote de maldades"

Ação que questionará aumento de impostos no MA está em fase final de elaboração

Peça proporá anulação do texto encaminhado no fim do ano passado em caráter de urgência pelo Governo do Maranhão

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
(Adriano Sarney)

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que proporá a anulação do texto encaminhado no fim do ano passado em caráter de urgência pelo governador Flávio Dino (PCdoB) que autoriza a partir de março deste ano a elevação de impostos em produtos e serviços está em fase final de elaboração. A expectativa de membros da oposição do Legislativo Estadual é que a peça seja protocolada oficialmente nas próximas semanas.

A Adin é elaborada pelo setor jurídico do Partido Verde e defende que a autorização para majoração de itens, como refrigerantes e combustíveis por exemplo (como prevê o Projeto de Lei número 239) fere princípios da Carta Maior. De acordo com o representante da legenda e uma das lideranças contrárias ao governo na Assembleia, o deputado estadual Adriano Sarney (PV), o encaminhamento da ação obedece ao prazo determinado para a vigência do aumento dos impostos. “Como o texto somente estará valendo neste prazo, vamos trabalhar para encaminhar a ação o mais próximo possível deste período”,disse.

Segundo o parlamentar, a matéria fere a Lei Complementar número 95 com base no artigo 150 da Constituição Federal que prevê a concessão de créditos presumidos e relativos a impostos, taxas e contribuições apenas mediante lei específica que trate exclusivamente da matéria. Além de Adriano, outros parlamentares como César Pires (PV) e Wellington do Curso (PSDB) endossam as críticas ao texto polêmico.

A aprovação da matéria, que foi chamada nos bastidores de “pacote de maldades”, causou polêmica nas últimas semanas das atividades do Parlamento. No dia 3 de dezembro de 2018, às vésperas do recesso parlamentar, o Governo encaminhou o Requerimento número 463 solicitando a apreciação com urgência do texto.

Nesta data, o então deputado estadual Eduardo Braide (PMN) chamou a atenção para o problema. “Se eu não estou atento, este texto seria aprovado sem se quer ser questionado nesta Casa", disse à época. No dia seguinte, após pedidos de vista, a votação da matéria foi adiada para o dia 5 de dezembro, quando foi aprovada.

Neste dia, apenas votaram contra o “pacote” os deputados estaduais Adriano Sarney (PV), Wellington do Curso (PSDB), Léo Cunha (PSC), Roberto Costa (MDB), Nina Melo (MDB), Max Barros (PMB) e César Pires (PV). O deputado Eduardo Braide se absteve da votação. No total, o texto foi aprovado por 23 deputados, dentre eles, os apoiadores de Dino na Casa.

Estado “quebrado” como justificativa

Para justificar a aprovação do aumento de impostos, o governador escreveu que a aprovação da matéria era essencial devido ao “contexto da crise econômico-financeira, na qual o país encontra-se imerso desde 2015 e que tem conduzido à redução substancial de repasses pela União”. Ainda segundo o titular do Executivo, a estimativa do Governo era de estimativa de perdas de receitas com Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de aproximadamente R$ 1 bilhão.

Para tentar amenizar o desgaste após mais uma impopular medida, o governo deu destaque nas semanas seguintes após a aprovação ao fato de que o mesmo projeto garante isenção de ICMS a microempresas e de IPVA a proprietários de motos de até 100 cilindradas.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.