Balneabilidade

Praias da Ilha seguem impróprias

Ainda assim, banhistas mergulham no mar mesmo com placas de alerta e sabendo do risco de contrair diversas doenças

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Placa que sinaliza trecho de praia impróprio para banho não inibe as pessoas de um mergulho
Placa que sinaliza trecho de praia impróprio para banho não inibe as pessoas de um mergulho (praias)

De acordo com o último laudo de balneabilidade divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), todos os 21 pontos de praia da Grande São Luís, onde são coletadas e analisadas amostras da água do mar, estão impróprios para o banho. Mesmo com placas de aviso da impropriedade, instaladas em todos os pontos, banhistas não hesitaram em adentrar ao mar no fim de semana. Segundo a secretaria, a contaminação se deve à ocorrência de chuvas, que implica nos resultados durante o período do estudo.

Um dos principais atrativos e pontos de lazer em São Luís e Região Metropolitana são as praias, que recebem grande quantidade de pessoas nos finais de semana e, principalmente, no período de férias escolares - como é este mês de janeiro para milhares de pessoas na Ilha. Nesta época, a capital maranhense costuma receber, também, muitos turistas do interior e de outros estados do país, que vêm atraídos pelas belas paisagens que compõe a faixa litorânea.

Em contrapartida, todas as seis praias - distribuídas na capital e em São José de Ribamar - estão impróprias para o banho devido ao grande volume de poluição, o que tem acarretado para altos níveis de Enterococos - resultado de matéria orgânica oriunda das lavagens de vias públicas e drenagem fluvial para as águas marítimas. Segundo especialistas, bactéria pode provocar doenças quando em contato direto com indivíduo.

Alerta desconsiderado
As placas instaladas alertando para a impropriedade para banho, além de identificarem o ponto que está poluído, serve, primordialmente, para evitar que o banhista adentre ao mar. Para algumas pessoas, a informação é válida em sua totalidade, mas para outras, o resultado não interfere no lazer de quem procura o litoral da Ilha para se divertir. O resultado divulgado no dia 10, é o mesmo que o do primeiro laudo do ano e, inclusive, o que surpreendeu muitos durante a virada, quando todos os pontos já apresentavam impropriedade.

Há quem pense que os riscos são só para aqueles que não hesitam em tomar banho, pelo contrário. Ainda segundo especialistas, a areia da praia, onde muitos ficam por longos períodos durante a estada, é também um risco para contrair doenças - principalmente para crianças, que têm o organismo mais frágil, podendo, portanto, se contaminar com mais facilidade.

O Estado manteve contato com o Governo do Maranhão para saber o que tem sido feito para garantir resultados positivos na balneabilidade e, por meio de nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que, por meio do Programa Mais Saneamento, vem implantando redes coletoras e interceptores de esgoto na capital, cuja obra segue em execução. A Companhia entregou a ETE Vinhais, uma das maiores das estações de tratamento de esgoto do Nordeste. A ETE Anil, que deverá ser entregue em breve, segue em fase avançada.

Além disso, o Mais Saneamento também trabalha constantemente na retirada de pontos de esgoto de rios, como acontece com o Calhau, Pimenta e Claro. Por fim, a Caema esclareceu que trata todo o volume de esgoto que chega às suas Estações de Tratamento em operação.

Já a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) esclareceu que atua na fiscalização dos empreendimentos ao redor da orla, no que tange ao lançamento de esgoto irregular. Quando constatadas irregularidades, adota todas as medidas cabíveis e pune os responsáveis. Além disso, a Sema pontua que a ocorrência de chuvas contribuiu para a extrapolação dos Valores Máximos Permitidos para Enterococos. O fato ocorreu devido ao transporte de matéria orgânica oriunda da lavagem das vias públicas e drenagem fluvial para as águas marítimas, influenciando negativamente as condições de balneabilidade das praias.

Saiba mais

Doenças mais comum transmitida pelo mar poluído

As mais comuns são as gastroenterites, que podem ser causadas por bactérias ou protozoários, como as amebas, ou por vírus, como o rotavírus e o norovírus. Esses micro-organismos entram no corpo em contato com a água contaminada e pode desencadear vômito, diarreia, cólicas, febre e até sangue nas fezes

Praias declaradas impróprias

Praia da Ponta d’Areia

Praia de São Marcos

Praia do Calhau

Praia do Olho D’água

Praia do Meio

Praia do Araçagi

NÚMEROS

6 praias

21 pontos impróprios

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