Editorial

Ainda falta planejamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Na edição de O Estado deste fim de semana, a editoria de Cidade resgatou a história do Carnaval de rua de São Luís, retratando a evolução da festa popular a partir do século XIX e detalhando as manifestações populares que movimentaram as ruas de São Luís e, cuja presença ainda faz parte da memória coletiva da cidade. Essa tradição do Carnaval de rua de São Luís até hoje é marcante com as apresentações de grupos genuinamente maranhenses como, por exemplo, o tambor de crioula, os blocos tradicionais e as tribos de índios que ainda chamam a atenção de olhares curiosos de pesquisadores de todas as partes do mundo.

Como ilustra a história da festa em São Luís, além de ser palco para a apresentação de manifestações populares, o Carnaval também é uma fonte de negócios e é considerado nacionalmente uma oportunidade de favorecer o turismo de diversas cidades brasileiras. Em 2019, a Folia de Momo tem início oficialmente no dia 2 de março e o fato de estar agendada para o terceiro mês do ano, tornar-se favorável no calendário festivo como forma dos gestores estaduais e municipais aproveitarem a oportunidade para divulgação das riquezas culturais aquecendo o turismo para o período de festa e promovendo a cultural loca, estratégia muito bem aproveitada por alguns estados brasileiros.

Em Pernambuco, o site oficial do carnaval já tem a programação de diversos pontos da folia, com os blocos e shows, como do cantor e compositor Alceu Valença, uma das estrelas da folia pernambucana. Além deles, todo o roteiro dos blocos mais famosos de Olinda e Recife já foi divulgado, uma forma eficiente de atrair foliões do mundo inteiro para curtir as manifestações pernambucanas.

Mesmo com um prazo maior para divulgar o Carnaval, o Maranhão parece que ainda não atentou que priorizar a divulgação das atrações locais com antecedência é importante e essencial para atrair o turismo.

Por enquanto, para o Carnaval de São Luís, além de especulações de shows de artistas nacionais convidados que, mesmo reconhecidamente como grandes nomes da música nacional não representam em nada a riqueza da cultura local. Até agora nenhuma estratégia de divulgação do que é o nosso Carnaval foi apresentada pelos gestores públicos, muito embora já tenha sido fechado o cronograma de desfiles dos blocos tradicionais na Passarela do Samba, o desfile dos blocos não parece ser suficientemente importante para os gestores iniciarem uma divulgação intensa sobre essa manifestação, cujo ritmo cadenciado, o luxo das fantasias correspondem a uma atração genuína do Carnaval maranhense.

Ao que parece, os gestores públicos consideram que é mais interessante para o turismo o fato de receber artistas nacionais durante a Folia de Momo. Relegando toda a história do Carnaval de Rua com suas manifestações espontâneas e diversidade de blocos ao segundo plano. Uma falha de articulação que merece atenção e uma gestão eficiente.

Não basta realizar uma festa privilegiando atrações nacionais, deixando a cultura local ocupando o papel de coadjuvante durante o espetáculo. É preciso que os gestores tenham mais sensibilidade com a beleza cultural que se apresenta diante dos seus olhos dos maranhenses e dos visitantes no período momesco.

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