Ajuda internacional

Jovem saudita que fugiu para a Tailândia recebe asilo do Canadá

Amigos dizem que Rahaf Mohammed al-Qunun apagou rede social em que pediu ajuda após receber ameaças de morte

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, alega temer pela vida na Arábia Saudita
Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, alega temer pela vida na Arábia Saudita (AFP)

BANGCOC - O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, confirmou que a saudita Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, recebeu asilo em seu país, onde chegará neste sábado ( 12). A jovem comoveu o mundo ao denunciar abusos da família e se entrincheirar em um quarto de hotel diante das ameaças de deportação em Bangcoc. Ela pediu ajuda internacional pelas redes sociais e acabou acolhida pelas autoridades tailandesas e representantes do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

"Concedemos asilo a ela. Estamos felizes de fazê-lo porque o Canadá é um país que sabe o quanto é importante defender os direitos do indivíduo e das mulheres em todo o mundo", disse Trudeau.

A agência da ONU submeteu o dossiê do caso de Qunun à Austrália na quarta-feira (9), no qual pedia a concessão de asilo à jovem. O pai e o irmão da saudita foram a Bangcoc e tentaram um encontro com a parente, que não quis vê-los. Diante da comoção mundial, a Tailândia prometeu protegê-la até a conclusão da análise da solicitação de refúgio.

Mais cedo, o chefe da Imigração tailandesa havia revelado a uma televisão americana que a jovem conseguira asilo no Canadá e na Austrália, para onde pretendia ir inicialmente.

Quando foi detida e usou a web para evitar a deportação, Qunun revelou que fugiu da família durante viagem ao Kuwait. Ela disse que pretendia seguir para a Austrália, mas acabou barrada no aeroporto de Bangcoc por não ter a documentação apropriada, segundo a imigração do país. A Tailândia cogitava expulsá-la, mas voltou atrás ao considerar os relatos de abuso familiar e as ameaças citadas pela saudita. Qunun alegava ser impedida de trabalhar e estudar pelos parentes, que a teriam trancado em casa por seis meses em represália a um corte de cabelo.

Vida em perigo

Da área de trânsito do aeroporto de Suvarnabhumi, Qunun anunciou pelo Twitter que sua vida estaria em perigo se voltasse à Arábia Saudita. Em poucas horas, o relato da jovem se espalhou pela rede social e motivou a campanha #SaveRahaf (Salvem a Rahaf). Na sexta-feira ( 11), quase uma semana após a detenção em Bangcoc, a conta dela na plataforma saiu do ar.

Um usuário conhecido como Nourah, a quem Qunun se referia como amigo, tuitou que a jovem saudita havia recebido "ameaças de morte" e, por isso, havia decidido fechar a conta no Twitter. Antes disso, a própria adolescente revelou na plataforma que era alvo de ataques do tipo por parte de um parente.

A jornalista Sophie McNeill, que manteve contato direto com Qunun, ressaltou que a jovem está "sã e salva" em Bangcoc, mas daria um tempo no uso do Twitter. "Ela tem recebido muitas ameaças de morte", destacou McNeill na rede social.

Surachate Hakparn avalia que as autoridades devem saber para onde vai Qunun ainda nesta sexta-feira. Ela deve deixar a cidade tailandesa logo depois da decisão final.

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