FALTA D''ÁGUA

Moradores do Monte Castelo reclamam da falta d’água no bairro

Segundo eles, problema se deve à pressão da água; situação dura há anos e tem causado prejuízos financeiros; adutora do Italuís deveria aumentar vazão em 30%

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

A falta d’água em algumas residências do bairro Monte Castelo tem motivado constantes reclamações de moradores. Apesar da ativação da nova adutora do Sistema Italuís, o abastecimento continua instável na região, como tem sido por, pelo menos, 10 anos. Como consequência da escassez, a população acaba tendo prejuízos financeiros, à medida que, ao utilizarem bombas para aumentar a vazão hídrica dos imóveis, a conta de energia elétrica fica mais cara.

Mesmo com a situação, a dona de casa Ivanilde Costa Lindoso, por exemplo, não deixa de receber, regularmente, a conta de água que, segundo ela, custa, em média, de R$ 150,00 a R$ 200,00. “É uma situação muito difícil, e mesmo a gente não tendo água como outras pessoas no bairro, a conta chega todo mês, e o preço é sempre alto”, destacou. “Para minha família, que é grande, é muito complicado ter água para todo mundo, e a gente se virando como pode”.

Segundo os moradores da Rua Tancredo Cordeiro, uma das vias localizadas na parte alta do bairro - que são as que sofrem, exclusivamente, com a falta do recurso -, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) perfurou um poço para atender à demanda da população, mas a obra não foi suficiente para garantir que o líquido chegasse a todas as casas.

“A gente sofre com a situação de falta d’água não é de hoje, mas há muito tempo. A Caema fez um poço artesiano que não serviu de nada, e mesmo tendo ciência disso não se empenhou em fazer mais nada por nós, moradores afetados com esse problema. Água é tudo. todo mundo sabe disso”, ressaltou o vigilante Geovane Costa. “O abastecimento de água no bairro é como nos outros: um dia sim, outro não. Mas às vezes não vem de jeito nenhum. Já para quem mora na parte mais alta, não vem é de jeito nenhum, a não ser com o auxílio de bomba, que custa mais que o dobro, se somado com a conta de água, que é regular”.

Ainda segundo Costa, a única saída, para ele e a família, é armazenar o máximo de água quando se tem a sorte de conseguir captar o líquido para as residências. “A gente enche balde, caixa, litro, tanque e tudo mais que tiver”. Na casa do vigilante, até torneira da pia da cozinha foi retirada, pois a vazão da água na rua é mínima, o que acaba impossibilitando até mesmo um banho com a água saindo do chuveiro, como contou sua esposa, Ângela de Melo Sousa.

“Faz muito tempo que a gente não sabe como é tomar um banho no chuveiro. Só temos tomado banho tirando a água do balde com a caneca. Para a gente, é quase um sonho”, frisou a dona de casa. “Quando a água não chega nem mesmo com a bomba ligada, a saída é comprar do carro-pipa, que é um absurdo para a gente, que tem outras responsabilidades para cumprir com o que se ganha”.

Promessa
Com a ativação da nova adutora do Sistema Italuís, a promessa da Caema era solucionar a precariedade do abastecimento que realizava a antiga, que passou por dezenas de vazamento durante os anos que esteve em funcionamento, mas que não parece ter alcançado, até então, seu objetivo, segundo os moradores do bairro Monte Castelo.

A nova adutora trata-se de uma tubulação de cerca de 20 quilômetros, obra que custou mais de R$ 130 milhões aos cofres públicos. O objetivo e dever da nova adutora era o de que a vazão da água, que abastece cerca de 600 mil moradores da capital, aumentasse em 30%, o que levaria o sistema a captar mais de 500 litros a mais por segundo.

Para indagar o porquê do problema e o que a Caema tem feito para sanar o problema, O Estado manteve contato com o órgão responsável pelo abastecimento do abastecimento de água em São Luís e em mais de 90% das cidades do estado, que informou que enviará uma equipe ao local para análise de pressão da rede e avaliação do poço, de acordo com a programação diária.

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