MERCADO CENTRAL

Dependentes químicos são retirados do Mercado Central

Sete usuários foram encaminhados para tratamento; após triagem, pacientes serão levados para a Fazenda da Esperança, em Coroatá, acompanhados por uma equipe do CAPS AD, da Semcas e da Guarda Municipal

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

[e-s001]Na tentativa de intervir na situação de dependentes químicos que se aglomeravam no Mercado Central, como mostrou a reportagem de O Estado veiculada na última segunda-feira (7), o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), em parceria com a Polícia Civil e a Prefeitura de São Luís, realizou, na manhã de ontem (10), uma ação para retirada e posterior tratamento dos usuários. Após triagem e consultas, eles serão encaminhados para a Fazenda da Esperança, no município de Coroatá, onde seguirão em terapia por, pelo menos, 12 meses.

Sete pessoas, a maioria usuários de álcool, foram levadas ao Caps AD, onde realizaram uma série de exames e receberam medicamentos para auxiliar nas crises de abstinência. Os dependentes químicos que se abrigavam sob uma marquise situada na Rua do Mercado vinham sendo monitorados há pouco mais de um ano e geravam insegurança a comerciantes e frequentadores do Mercado Central, como ressaltou o delegado Joviano Feitosa.

“O entorno do Mercado Central é uma das áreas com maior registro de crimes, inclusive de homicídios na região do Centro. No ano anterior, só ali foram registrados quatro homicídios e muitos arrombamentos, que a maioria era atribuída a estas pessoas que estão em dependência química e, no momento da abstinência, recorriam a esses recursos para que pudessem alimentar o vício, gerando medo a quem frequentava a área”, contou.

De acordo com o diretor do Caps AD, Marcelo Soares, a ação realizada no Mercado Central exigiu a participação de órgãos especiais para garantir que, além do atendimento aos dependentes, fossem retirados utensílios como sofás e fogareiros que possibilitavam a moradia e concentração de usuários na Rua do Mercado. “A gente utilizou de recursos que a Prefeitura de São Luís dispõe como a Blitz Urbana, a Guarda Municipal, o Busca Ativa da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social [Semcas], além da Delegacia Civil, por meio do delegado Joviano, para que a gente pudesse retirar aquelas pessoas, trazê-las até o Caps para o tratamento e realizar a limpeza daquele espaço”, contou.

Segundo o diretor, grande parte dos dependentes químicos que se aglomeravam no Mercado Central não se encontravam em situação de rua, o que justifica o número reduzido de resgates em relação à quantidade de pessoas que eram vistas diariamente no local. “Muitos têm casa aqui em São Luís, outros já são assistidos pela Semcas e recebem aluguel social, outros são aposentados e estavam naquela situação por acomodação e quando uma atividade desta é feita, muitas vezes eles retornam a suas residências, desativando esses guetos”, explicou.

[e-s001]Além disso, ressaltou que os usuários foram resgatados de forma espontânea. “Todos que aqui vieram, aceitaram passar pelo tratamento. A gente utiliza estratégias de terapia comportamental para tentar convencê-los, mas todos vieram voluntariamente”, frisou.

Fazenda da Esperança
Os dependentes químicos retirados do Mercado Central devem ser levados ainda hoje para a Fazenda da Esperança, como contou Soares. “Desta vez não deixaremos estas pessoas em tratamento dentro da nossa unidade. Eles serão encaminhados à Fazenda da Esperança, em Coroatá, acompanhados por uma equipe nossa e da Semcas e a Guarda Municipal, onde eles ficarão por 12 meses em tratamento para desintoxicação por meio de terapias e atividades espirituais e trabalhos lúdicos”, esclareceu.

A Fazenda da Esperança está presente em 18 países. Com cinco unidades, o Maranhão é o estado da região Nordeste que mais possui unidades da Fazenda: duas em Coroatá, duas em Balsas e uma em Caxias. No Maranhão, a Fazenda da Esperança possui capacidade para atender até 230 pessoas e, atualmente, conta com acolhidos da faixa etária de 13 a 60 anos. Durante um ano de tratamento, o acolhido participa de trabalho espiritual e de atividades produtivas, como agricultura e artesanato.

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