Em menos de 24 h

Dois casos de violência contra a mulher no interior

Casos ocorreram em Imperatriz, quando a mulher, além de espancada era mantida em Cárcere Privado, em em Vargem Grande; os acusado foram autuados em flagrante

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Alex Alves, que além de espancar a mulher, mantinha a família em cárcere privado
Alex Alves, que além de espancar a mulher, mantinha a família em cárcere privado (Alex)

IMPERATRIZ - Dois casos de violência contra a mulher foram registrados no Maranhão, em menos de 24 horas. Ontem, o comunicador Alex Alves foi conduzido pela Patrulha Maria da Penha à Delegacia Especializada da Mulher (DEM) de Imperatriz, suspeito de manter a esposa e os filhos em cárcere privado, em sua casa. Outro caso aconteceu na zona rural do município de Vargem Grande, a 172 quilômetros de São Luís. Carlos Eduardo Martins, o Cadu, de apenas 20 anos de idade, foi preso na segunda-feira, 7, suspeito de agredir a sua esposa, que não teve a identidade revelada pela polícia.

Imperatriz

A polícia chegou até Alex Alves, após a filha do casal denunciar que a sua mãe estava sendo agredida por seu pai, e que toda a família era mantida em cárcere privado. Só podiam ir à escola. Além disso, não podiam se comunicar por meio de celular.

“Fomos até a residência e quando chegamos lá nos deparamos com a situação. A esposa do jornalista estava bastante nervosa, pedindo ajuda, relatando que o Alex é psicopata, e que era mantida em cárcere privado. Que ela não podia sair e que os familiares dela eram tratados mal quando estavam na residência do casal. Ela declarou que há muitos anos sofria essas agressões. Em 2017, por exemplo, ela obteve uma medida protetiva, que já venceu e a partir de então, ele passou a ameaçá-la de morte”, disse a tenente Josmara, da Patrulha Maria da Penha.

“As vezes não tem a violência física, mas tem a violência psicológica. Em vista, tanto a mãe, como os filhos estão abalados”, finalizou a tenente. Alex Alves foi apresentado na Delegacia Especializada da Mulher (DEM) de Imperatriz. A polícia ainda apreendeu na residência uma faca e outros pertences.

Vargem Grande

De acordo com a polícia, a denúncia de agressão contra Carlos Eduardo Martins foi feita pela própria vítima. Os policiais que atenderam a ocorrência, após constatarem as agressões, prenderam Carlos Eduardo. Ele foi autuado por agressão com base na Lei Maria da Penha.

A maioria dos casos de violência contra a mulher, como assassinatos que vitimam o gênero feminino por exemplo, acontecem em cidades do interior do Estado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) divulgados em dezembro de 2018. No ano passado, dos 42 casos de feminicídios (morte violenta de mulheres) contabilizados no Maranhão, 37 aconteceram no interior e cinco na Grande Ilha – região composta por São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

Estudo

Três entre cada 10 mulheres que morreram no Brasil por causas ligadas à violência eram agredidas frequentemente, revela estudo inédito do Ministério da Saúde. O levantamento foi feito com base no cruzamento entre registros de óbitos e atendimentos na rede pública de 2011 a 2016.

“Vimos que essas mulheres já tinham recorrido aos serviços de saúde, apresentando ferimentos de agressões”, diz a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da pasta, Maria de Fátima Marinho Souza, que coordenou o trabalho.

Para ela, o resultado deixa claro o caráter crônico e perverso dessa vivência e a necessidade de se reforçar a rede de assistência. “Se medidas de proteção tivessem sido adotadas, talvez boa parte desses óbitos pudesse ter sido evitada”.

Morte

Após registrar um Boletim de Ocorrência e ter uma medida protetiva a seu favor, Dalvalene Viana foi morta a facadas pelo ex-companheiro na madrugada da segunda-feira, 3 de dezembro, no bairro Cerâmica, em Barra do Corda, a 462 km de São Luís. Uma vizinha e a filha da vítima, de 9 anos, presenciaram o momento em que ela agonizava, após os golpes desferidos. A vítima foi morta quando chegava a sua casa, durante a madrugada.

Ela recebeu cinco facadas quando estava na calçada de sua residência. Minutos antes de morrer, Dalvalene chegou a falar para uma vizinha e a filha que havia sido esfaqueada pelo seu ex-marido, José Felipe da Silva, de 50 anos, que foi preso.

Denúncias

As mulheres vítimas de violência podem registrar denúncia, por meio do 180 e/ou podem se dirigir até a Casa da Mulher Brasileira, situada na Avenida Prof. Carlos Cunha, 572, no Jaracati. Além disso, pode acionar o 190 – número da Polícia Militar.

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