Fim da ditadura

Camboja celebra os 40 anos do fim do regime do Khmer Vermelho

Ditadura de Pol Pot matou quase 2 milhões de pessoas na década de 1970. Evento foi dedicado ao atual primeiro-ministro, no poder há 30 anos e acusado de perseguir opositores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Cerimônia em Phnom Penh celebra os 40 anos do fim do Khmer Vermelho no Camboja
Cerimônia em Phnom Penh celebra os 40 anos do fim do Khmer Vermelho no Camboja (Reuters)

CAMBOJA - Dezenas de milhares de cambojanos comemoraram, ontem (7), o 40º aniversário do fim do regime do Khmer Vermelho. A ditadura comandada por Pol Pot matou quase 2 milhões de pessoas no Camboja, segundo a agência France Presse, e manteve campos de concentração onde opositores ficavam presos.

Uma celebração no estádio de Phnom Penh, capital do país asiático, reuniu cerca de 60 mil pessoas. Com danças e mosaicos nas arquibancadas, os cambojanos relembraram os assassinatos em massa.

"Hoje celebramos a para reavivar a memória indelével dos crimes mais odiosos do regime de Pol Pot", declarou o primeiro-ministro Hun Sen, um ex-integrante do Khmer Vermelho.

Entre 1975 e 1979, os maoístas radicais – corrente derivada do comunismo chinês – impuseram no Camboja quatro anos de sofrimento e perseguição. O regime de Pol Pot caiu em 7 de janeiro de 1979 devido a uma ofensiva vietnamita em que Hun Sen, que havia se refugiado no Vietnã, participou.

Em novembro, os dois últimos líderes vivos do Khmer Vermelhos foram condenados à prisão perpétua. Foi, inclusive, a primeira vez que o tribunal internacional usou a palavra "genocídio" em referência aos cerca de dois milhões de mortos entre vietnamitas, integrantes da comunidade muçulmana cham e de outras minorias religiosas.

Autoritarismo continua

Segundo a agência Reuters, grande parte do evento foi dedicada aos feitos de Hun Sen, o primeiro-ministro que está há mais de 30 anos no poder. Ele venceu mais uma vez as eleições gerais no país, em julho, em um pleito criticado internacionalmente.

Hun Sen se apresenta como o único garantidor da estabilidade para evitar uma guerra civil. Ele prometeu, no evento de ontem, "impedir as ações de políticos extremistas da oposição e os estrangeiros por trás deles".

O principal partido de oposição, o Partido Nacional de Resgate do Camboja (CNRP) está proibido e seu chefe, Kem Sokha, está em prisão domiciliar aguardando julgamento. Ele é acusado de querer fomentar uma revolução com o apoio de Washington.

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