Segurança

Bolsonaro admite ceder base militar para os Estados Unidos

Presidente brasileiro diz que pode pode se aproximar militarmente dos EUA diante do apoio da Rússia ao governo de Nicolás Maduro, na Venezuela; segundo ele, " ao longo dos últimos 20, 25 anos, as nossas Forças Armadas foram abandonadas"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Presidente Jair Bolsonaro admite ceder espaço territorial para os Estados Unidos
Presidente Jair Bolsonaro admite ceder espaço territorial para os Estados Unidos (Divulgação)

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro admitiu que pode ceder espaço territorial para os Estados Unidos operarem uma base militar própria no Brasil e confirmou a declaração do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que vai transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. As duas medidas reforçam a inflexão na política externa com o novo governo.

Bolsonaro afirmou que pode se aproximar militarmente dos Estados Unidos diante do apoio da Rússia ao governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.

“A Rússia fez uma manobra na Venezuela, nós sabemos qual a intenção do governo de Maduro, ou da ditadura do Maduro, e o Brasil tem que se preocupar com isso. Ao longo dos últimos 20, 25 anos, as nossas Forças Armadas foram abandonadas por uma questão política, porque nós das Forças Armadas somos o último obstáculo para o socialismo", disse o presidente. "Dependendo do que acontece no mundo, quem sabe se não precisaríamos discutir essa questão [base dos EUA no Brasil] no futuro", ponderou. Segundo ele, o Brasil procura "supremacia aqui na América do Sul".

Relações com Israel

Bolsonaro também defendeu o estreitamento das relações com Israel. Ele reconheceu que a transferência da representação diplomática brasileira para Jerusalém pode resultar em sanções econômicas por parte de países “mais radicais”, mas, segundo o presidente, é preciso atender ao “anseio de grande parte da população”, no caso, os evangélicos.

"Alguns mais radicais podem tomar algumas sanções, espero apenas econômicas, contra nós, mas não vou deixar de reconhecer a autoridade de Israel, que decide qual é a capital de Israel, seu governo, seu povo e o ponto final", afirmou. “Grande parte dos evangélicos é favorável à mudança. Então, nós estamos atendendo aos anseios de grande parte da população”, afirmou.

O novo presidente disse não acreditar que a reação árabe possa extrapolar a ponto de tornar o Brasil alvo de ataque terrorista. "Acho que eles não chegariam a esse ponto, seria absurdo chegar a esse ponto e criar uma questão diplomática tão séria", declarou. Na avaliação dele, a “questão da Palestina” já está “saturando” muitos países árabes, já alinhados com os Estados Unidos.

Bolsonaro também destacou a relação que pretende manter com o premiê israelense. “Pretendo ser mais que amigo, pretendo ser irmão dele [Netanyahu].” Benjamin Netanyahu foi uma das principais autoridades estrangeiras presentes na posse de Bolsonaro. Os dois se encontraram semana passada no Rio. Logo em seguida o líder israelense disse que o presidente brasileiro já havia decidido pela transferência da representação diplomática de Tel Aviv para Jerusalém. Mas a informação ainda não havia sido confirmada por Bolsonaro.

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