Estado Maior

Omissão e crescimento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

O PDT vem a cada ano, no Maranhão, ganhando o espaço que perdeu no estado - em especial em São Luís - a partir de 2008 e principalmente após a queda do partido em 2009, com a cassação por abuso de poder político e econômico do governador Jackson Lago. De lá para cá, o partido veio rastejando entre as mudanças no perfil político do país e do estado para conseguir os espaços de volta.
E parece que vem conseguindo. Ao contrário do PCdoB - que surfa na onda de ter o governador e o presidente da Assembleia Legislativa, que o PDT teve em boa parte do tempo -, a legenda comandada por Weverton Rocha vem voltando à cena política mais forte do que nos tempos de Jackson Lago, cuja influência deixou a sigla por quase 20 anos no comando da capital maranhense.
O PDT - que nacionalmente não avançou, pelo contrário, reduziu-se com menos governadores e deputados federais - ganhou mais força no Maranhão e já é visto como ameaça por aliados do governador Flávio Dino.
Mesmo assim, o comandante do estado não parece preocupado com a atuação do senador eleito, que além de ter um mandato pelos próximos oito anos, já conseguiu ter o PDT no comando da Prefeitura de São Luís com Edivaldo Júnior, tomou a presidência da Câmara Municipal da capital e agora avança para ter o comando da Famem, entidade que reúne os prefeitos do Maranhão e garante força nas eleições.
Como fica Flávio Dino em todo este contexto? Para o Senado, aceitou ainda na pré-campanha o nome de Weverton Rocha. Antes disto, na disputa municipal de 2016, até ensaiou não gritar a favor de Edivaldo, mas cedeu aos “encantos” do presidente do PDT. Na Câmara de São Luís, usou a influência necessária para ajudar o PDT a ficar no comando da Casa
Para a Famem, Dino, por enquanto, incorpora o papel de omisso e garante que quer o consenso. Mas Weverton não quer consenso. Ele que mais força, mas espaço. E pretende buscar mais. Em 2020, depois 2021 e assim se consolidar no ano seguinte para, quem sabe, substituir o próprio Dino, que parece não ter forças para impedir os “avanços” no poder do PDT.

Racha
Do grupo do governador Flávio Dino, quem parece disposto a iniciar um enfrentamento ao PDT é o vice-governador, Carlos Brandão (PRB).
Ele pretende declarar apoio pela reeleição à presidência da Famem ao prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), amanhã durante entrega de obras no município.
Com isto, iniciará o princípio do racha do grupo de Flávio Dino, cujo ponto final deverá ser a eleição de 2022. Resta saber o quanto o governador influenciará em todo o processo.

Na disputa
E Cleomar Tema - muito influenciado pelo ainda deputado federal Zé Reinaldo Tavares (PSDB) - não desistiu ainda da disputa pela Famem.
A eleição ocorrerá no próximo dia 30 e Tema vem buscando todo tipo de apoio e de ação que traga os prefeitos para seu projeto de reeleição.
Pelo tom do atual prefeito da Famem, não há clima para qualquer tipo de consenso e com um aliado no Palácio dos Leões, a possibilidade de alinhar com os projetos do PDT é quase zero.

Contradição I
O deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) já demonstra que será um ácido crítico ao governo de Jair Bolsonaro em Brasília.
O problema do discurso de oposição de Rubens Júnior é exatamente as ações do governo de seu partido no Maranhão.
Do que mesmo adianta o deputado reclamar do valor do salário mínimo R$ 8 menor do que o previsto se o partido dele tem um governo que não concede aumento a servidores públicos há mais de três anos?

Contradição II
Esta crítica de Rubens Júnior parece a posição adotada por ele de comemorar a liberação de emendas pelo então governo de Michel Temer (MDB).
O próprio comunista deixou claro que somente foi possível porque, em Brasília, a emenda é impositiva.
Enquanto isto, no Maranhão, Flávio Dino e os seus aliados na Assembleia Legislativa trabalharam durante todo o primeiro mandato para evitar as emendas positivas no estado. Olha que contra-senso.

Inverdade
O secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, garantiu que o Centro de Medicina Especializada (Cemesp) não seria fechado.
No entanto, os pacientes com diabetes e hipertensão receberam a informação de que os atendimentos somente ocorrerão agora no Pam Diamante.
Fica somente a questão: por qual motivo Carlos Lula tanto negou o que já estava definido? E mais: como ficarão os atendimentos de quem tem diabetes e hipertensão?

DE OLHO
R$ 6,19 bilhões
foi
o gasto do governo de Flávio Dino com a folha de pessoal em 2018 segundo consta no Portal da Transparência.

Sem destino
O deputado Eduardo Braide ainda não definiu para qual partido ele vai migrar. Eleito deputado federal pelo PMN, o parlamentar tem somente até dia 31 de janeiro para encontrar abrigo partidário.
Tudo isto porque o PMN não alcançou as cláusulas de desempenho previstas na reforma política. Se não trocar de legenda, Braide terá pouco espaço para atuação parlamentar a partir de fevereiro.
A decisão do deputado passa pela estratégia que ele traçará para as eleições de 2020 na disputa pela Prefeitura de São Luís.

E MAIS

• Quem também ainda não tem destino partidário definido é o também deputado federal eleito, pastor Gildenemyr. Ele também é o PMN e ainda estuda o destino que seguirá antes de fevereiro.

• Tanto Braide quanto Gildenemyr foram cogitados como possíveis membros do PSL do presidente Jair Bolsonaro. Mas as negociações não avançaram.

• Entre os deputados federais eleitos que não mais se preocuparão com as cláusulas de desempenho estão Márcio Jerry e Rubens Júnior, ambos do PCdoB, que conseguiram a fusão com o PPL e garantiram os índices mínimos.

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