DESCASO

Do lazer à insegurança: praças esquecidas são ponto de criminalidade

Espaços localizados nos bairros Planalto Vinhais II e Cohama não recebem manutenção há meses; moradores de rua e usuários de droga utilizam as áreas como refúgio

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

[e-s001]As praças Brasil e da Vitória, localizadas, respectivamente, nos bairros Planalto Vinhais II e Cohama, há muito tempo deixaram de ser utilizadas para o lazer e entretenimento da comunidade. Esquecidas pelo poder público e sem cuidados, como poda de árvores, capina, limpeza e manutenção de estruturas, os espaços são utilizados como refúgio para moradores de rua e ponto de consumo de drogas para dependentes químicos, gerando medo e preocupação para quem mora nas proximidades. Buscando reverter a situação, a população chega a fazer a limpeza e manutenção de parte das praças, mas a ação é insuficiente.

Praça (do latim: platea) é qualquer área pública urbana livre de edificações e que propicie convivência e/ou recreação para seus usuários, conforme o dicionário. É, também, o que é aguardado pelas comunidades agraciadas pelo espaço. Mas, nos bairros Planalto Vinhais II e Cohama, a situação é outra. As praças, entregues há décadas, estão abandonadas, causando indignação e preocupação à população.

“Essa praça, tem cerca de 20 anos. Quando limpam, as crian­ças vêm brincar, as pessoas fazem caminhada, mas quando está desse jeito aí, ninguém se aproxima, a não ser o pessoal que usa droga, o que gera medo em todos nós. Eu mesma evito passar pela praça. Dou a volta, principalmente à noite, porque as árvores cobrem os postes e fica muito escuro”, contou a aposentada Iranir Brito, moradora do bairro Planalto Vinhais há 28 anos.

Ainda de acordo com ela, uma moradora da Rua 3, onde fica localizada a praça, é quem cuida de parte do espaço. “Ela manda limpar, capinar e pintar os bancos constantemente, no pedaço que fica em frente à casa dela. Deve ter uns oito meses que a Prefeitura não limpa nada. Eles inauguraram uma praça aqui perto, ali na outra rua, nem assim limparam esta aqui”, destacou. O mato alto, além de proporcionar esconderijo para pessoas mal-intencionadas, abriga animais silvestres, como afirmou a moradora. “Até cobra já apareceu aqui”, garantiu.

Quando limpam, as crianças vêm brincar, as pessoas fazem caminhada, mas quando está desse jeito aí, ninguém se aproxima, a não ser o pessoal que usa droga, o que gera medo em todos nósIranir Brito, moradora do bairro Planalto Vinhais há 28 anos

Já na Praça da Vitória, o que difere é apenas o endereço. Localizada na Rua 5 da Cohama, o espaço, entregue à população há quase duas décadas, é repleto de lixo, vegetação e armadilhas para quem transita pela área. O turismólogo Mávio Silva, que resolveu parar na praça para descansar, se decepcionou com o que viu.

“É uma pena que esses espaços estejam desse jeito. Uma praça em um bairro nobre, como a Cohama, abandonada desse jeito. O poder público não faz a limpeza corretamente, a praça fica cheia de mato, realmente é uma pena. É um risco muito grande à população. Eu não aconselho as pessoas a frequentarem esse lugar”, ressaltou.

[e-s001]De acordo com a advogada Eliana Bonfim, moradora do bairro, era um vizinho que se dedicava aos cuidados da praça e, desde sua mudança, a situação tornou-se ainda pior. “Era ele quem saía de casa, com um carrinho de mão, com mudas de plantas, adubo, água e mantinha as plantas podadas. Mas desde que ele foi embora, há um ano e meio, não teve mais nada. A Prefeitura não aparece, não limpa, não mantém e permanece nessa situação”, esclareceu.

O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís para questionar sobre as condições em que se encontram as praças da Vitória e Brasil, citadas, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

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