Artigo

Procurando amigos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Como no filme “Procurando Nemo” faço uma analogia para mergulhar no tempo a procura de amigos neste final de ano, época apropriada para se fazer reflexões e buscar recordações, que servem pra despertar alegrias e tristezas acumuladas na memória da vida. É impressionante a lembrança de fatos, atos e pessoas desfilando em nossas cabeças, como num filme de longa-metragem, transpondo anos e décadas, numa sequência alucinante.
Hoje, perto do final do ano, estou à procura de amigos, principalmente aqueles nunca mais vistos e que sumiram no tempo e espaço. Vou atrás dos de infância que se confundem na minha mente com colegas de colégio ginasial e faculdade, incluindo nessa busca amigos do Banco do Brasil, meu primeiro e único emprego. Ora, agora me recordo que também fui professor e presidente da AABB em Codó. É muita gente borbulhando numa cabeça que já existe há mais de setenta anos. Mesmo assim encontro em primeiro lugar, nesta louca seleção, um amigo de infância e de escola primaria de nome Eduardo que nunca mais vi. Filho de agricultor pobre, ele queria fazer um cofo de palha para carregar os livros, jamais o encontrei, só me lembro desse fato e das suas feições de menino educado e limpinho.
Cadê os que sumiram? Mesmo encontrando muitos pelas ruas da vida, ainda é muito pouco em relação àqueles que vivem soltos no mundo e presos na minha memória. Com certeza, todos têm uma história a contar, já que cada vida é uma história a ser contada, por isso, embora busquemos esses antigos relacionamentos , o que vale mesmo é a família de cada um. Obedecendo a lei natural da vida certamente aqueles que procuro se tornaram pais, avós, ou seja, é a multiplicação da espécie em evolução. Conforto-me em contar pedaços da minha própria estória como uma forma de incentivo e deleite de amigos que vivem nesse “doido lutar por terra alheia” como diz o meu conterrâneo e escritor Humberto de Campos no seu poema Miritiba. Este modesto escriba saindo de Humberto de Campos com seu bom curso primário, ingressou no Liceu Maranhense através de exame de admissão, fez vestibular sem cursinho preparatório, por falta de recursos e estudando tenazmente foi aprovado em primeiro lugar no vestibular da UFMA. Aprovado também no concurso do Banco do Brasil galgou o cargo de gerente rapidinho. Entrou na política e sem saber onde estava se metendo viu o mundo desabar sobre sua cabeça quando percebeu a pouca musculatura pra enfrentar seu adversário que estava sendo apoiado pelo prefeito, todos os vereadores, presidente da assembleia, presidente da Cemar, governador do estado e presidente da República, pai do então presidente da Cemar. Ora amigos eram barcadas e mais barcadas de postes chegando para eletrificar o município em apoio ao candidato governista. Conclusão, foi vitorioso nas eleições para prefeito mesmo enfrentando todas essas adversidades. Hoje, eleito vereador com toda honra e orgulho,tem uma família bonita formada por jovens, crianças e dedicada esposa, um irmão e uma irmã que completam esse presente de Deus. E a sua história amigo ou amiga, deve também ser cheia de heroísmo e orgulho. Não é simples recordar de todos, porém torna-se fácil rezar um Pai Nosso desejando-lhes um feliz Ano Novo.

Valdemir Verde
Vereador,ex-prefeito, aposentado do Banco do Brasil
E-mail: valdemirverde@yahoo.com.br

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