São Luís – O ano de 2019 mal começou e os blocos de pré-Carnaval já arrastam multidões em São Luís. No bairro Madre Deus, um dos principais polos culturais da Ilha , o bloco Máquina de Descascar’alho organizou sua primeira saída ontem (1º), levando centenas às ruas. O projeto idealizado pelo bloco deve reunir vários sotaques maranhenses no bairro durante todo o mês de janeiro. A primeira saída de 2019 contou, ainda, com a participação do Bloco de Samba Fuzileiros da Fuzarca, Regional e a Bateria Explosão da Turma do Quinto.

Repetindo a dose de 2018, o estudante João Victor, de 19 anos, conta que a Máquina foi um de seus blocos preferidos do último Carnaval. “Levando em consideração a organização, segurança e energia da galera eu não poderia deixar de vir na primeira saída deles deste ano”, diz. Acompanhado de amigos, o jovem contou ainda que trouxe três pessoas que estavam conhecendo o bloco pela primeira vez.
O consumo de bebidas e comidas estava acontecendo a todo vapor. Dona Edilene Rocha, que é vendedora de churrasquinho, se mostrou animada por ver um grande movimento no local. “Eu venho para cá todos os anos, então posso afirmar que realmente há bastante gente e que as vendas devem ser promissoras. A Máquina é, de fato, um bloco que sempre atrai multidões e isso é ótimo para nós que estamos trabalhando”, explica.

Por volta das 17h o bloco começou a fazer seu percurso pelas ruas do bairro. Bariaco, um dos organizadores do bloco e também responsável por levar o estandarte à frente da banda, conta que para 2019 a expectativa do bloco é continuar sendo cabeça na organização de saídas com o Projeto Batuques Maranhenses na Madre Deus. “Temos datas marcadas para essas saídas no bairro durante todo o mês de janeiro. Já no período carnavalesco deveremos nos resguardar apenas em apresentações em palco”, frisa.
O Projeto Batuques Maranhenses vai acontecer nos dias 1º, 7, 14 e 21 de janeiro, no Largo do Quinto, sede da Turma do Quinto. A Máquina é a anfitriã do projeto, que terá entre os convidados o bloco alternativo Vagabundos do Jegue, Marabloco, Blocos Tradicionais Os Feras e Príncipe de Roma, Madrilenus e Ritmistas da Madre Deus.

O objetivo é reunir todos os sotaques do carnaval maranhense neste mês de janeiro, fazendo uma prévia do período de momo na capital. “É a oportunidade dos maranhenses, e de quem estiver na cidade nessa época, curtir o primeiro dia do ano ao som da música da nossa terra e prestigiar o caldeirão que é o nosso carnaval de rua. O projeto Batuques Maranhenses também vem valorizar a nossa produção e os diversos ritmos que compõem o nosso carnaval”, aponta Silvério Boscotô, vocal e surdo da Máquina, além de idealizador do projeto.

Segurança
Durante a primeira saída do Máquina, o policiamento nas ruas onde toda a festa estava acontecendo era mínimo. Silverio Boscotô conta que há um pedido aos órgãos competentes, mas nem sempre isso acontece. “Estamos falando do Carnaval mais antigo da cidade. As autoridades sabem que essa área precisa de reforço durante esse período, mesmo sem nenhuma operação de segurança em andamento. O pré-Carnaval é uma festa enorme e que necessita de mais atenção”, afirma Silverio.

O subcomandante geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel Pedro Ribeiro, contou para O Estado sobre como o planejamento de segurança é feito. “Não há nenhum cálculo que vá nos dizer o número de policiais exato que deverá fazer a segurança de determinado número de pessoas. Isso varia de região para região e qual a natureza do evento”, diz.Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão (SSP/MA), o aparato de segurança para o pré-Carnaval está sendo consolidado e em breve as informações sobre os circuitos oficiais e blocos de rua serão disponibilizadas.

Sobre a Máquina
A Máquina de Descascar’alho é um grupo nascido no coração do tradicional bairro da Madre Deus, em 1º de janeiro de 1986. O grupo foi idealizado por jovens artistas aglutinando milhares de adeptos à brincadeira. Tem no gênero as marchas de carnaval, samba, blocos, tambores e afoxés a base de seu repertório, desde interpretação de obras de reconhecidos artistas da esfera nacional a composições próprias e a valorização e resgate de composições maranhenses da ‘velha guarda’ que moravam ou costumavam frequentar o bairro boêmio.

O grupo se consolidou ao longo dos anos, participando de festivais e shows na cidade, no circuito Centro e periferia da Ilha, como forma de estabelecer sua expressiva veia musical a fim de alcançar o reconhecimento do público em geral.

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