Presidência

Bolsonaro defende a valorização da família em ato de posse

Presidente foi empossado na tarde de ontem em solenidade especial realizada no Congresso Nacional; ele pregou a união do país e a luta por justiça social; manifestantes protestaram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Bolsonaro beijou a primeira-dama, Michele Bolsonaro, logo após receber a faixa presidencial em solenidade
Bolsonaro beijou a primeira-dama, Michele Bolsonaro, logo após receber a faixa presidencial em solenidade (Jair Bolsonaro e Michele Bolsonaro)

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, general Hamilton Mourão, assinaram ontem em sessão extraordinária realizada no Congresso Nacional, em Brasília, o termo de posse para o mandato de 2019 a 2022.

O socialista iniciou discurso pregando união no país. "Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e a nossa tradição judaico-cristã", disse, durante leitura de discurso de posse.

Bolsonaro também aproveitou para agradecer novamente à equipe médica que o atendeu após o atentado, em Juiz de Fora (MG).

"Primeiro, quero agradecer por estar vivo. Com humildade volto a essa casa, onde por 28 anos servi à Nação Brasileira. Volto a essa casa, não como deputado, mas como presidente da Republica Federativa do Brasil", disse.

Na ocasião, Bolsonaro retomou lemas fortes de sua campanha e defendeu que o país "volte a ser livre das amarras ideológicas", criticou o que chamou de "irresponsabilidade econômica" e prometeu combater a ideologia de gênero.

"Temos, diante de nós, uma oportunidade única de construir nosso País e resgatar a esperança dos nossos compatriotas. Enfrentaremos desafios, mas se soubermos ouvir a voz do povo, teremos êxito", disse.

Participaram da cerimônia de posse, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli e o presidente do Senado Federal.

Vaias

Manifestantes que acompanharam a posse de Bolsonaro do lado de fora do Congresso receberam com vaias à apresentação dos componentes da mesa da cerimônia Rodrigo Maia; Eunício Oliveira (MDB-CE); e Dias Toffoli, do STF. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi, entretanto, aplaudida.

Ainda do lado de fora, apoiadores do presidente disputaram os melhores ângulos para registrar, por celular, chegada do novo presidente ao Congresso. A segurança está reforçada. Atiradores de elite foram colocados sobre o Palácio do Itamaraty e em outros órgãos públicos de Brasília, no forte esquema de segurança, qualificado como o maior da história do país.

Imprensa

As restrições impostas pelo Itamaraty ao trabalho da imprensa na cobertura da posse do presidente Jair Bolsonaro levaram quatro jornalistas estrangeiros a deixar o Ministério das Relações Exteriores como forma de protesto.

Ao contrário do que houve em posses anteriores, quando a imprensa tinha liberdade para circular pelo ministério e entre os poderes, dessa vez os profissionais de imprensa foram confinados em uma sala de imprensa sem janelas instalada na sala San Tiago Dantas.

A decisão causou protestos dos repórteres. Alguns falaram em "cárcere privado" quando a imprensa chegou ao local e foi informada pela secretária de imprensa do Itamaraty, Ana Paula Kobe, de que ninguém poderia deixar o local até 17h30, quando ocorrerá um coquetel para as autoridades. No evento, os jornalistas novamente ficarão em um espaço sem acesso aos convidados.

A jornalista Fanny Marie Lotaire, da rede France 24, foi a primeira a pedir para sair junto com sua equipe. Em seguida o jornalista argentino Ricardo Longuércio, da agência chinesa de notícias Xinguan, reforçou o pedido, o que levou o ministério a providenciar um ônibus para retirar os insatisfeitos e levá-los de volta ao Centro Cultural Banco do Brasil.

Saiba Mais

Em uma curta mensagem publicada em seu perfil no Twitter, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) desejou o melhor aos brasileiros e ao novo governo. Sem citar nominalmente o presidente Jair Bolsonaro, FHC pediu que o novo chefe do Executivo "ajude o povo a ter trabalho, reconheça a dignidade das pessoas e lhes dê dignidade". "Hoje, 1/1/19, do exterior , desejo o melhor para todos os brasileiros e brasileiras. Que o novo governo ajude o povo a ter trabalho, reconheça a dignidade das pessoas e lhes dê segurança, a Constituição nas mãos e a esperança a motivar o País no rumo da decência e do crescimento", escreveu o ex-presidente.

Casa Civil assegura assinatura de decreto com mínimo em R$ 998

O presidente Jair Bolsonaro assinou ontem mesmo decreto fixando o salário mínimo em R$ 998, informou o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Jorge Antônio de Oliveira Francisco. Segundo Francisco, Bolsonaro também editaria ontem o decreto de posse dos ministros e de desvinculação de cargos.

Em dezembro, o Broadcast antecipou que o valor do salário mínimo ficaria abaixo dos R$ 1.006 aprovados no Orçamento deste ano. Isso porque o reajuste segue fórmula que considera a inflação que, nos últimos meses, veio abaixo do esperado. O salário mínimo hoje é de R$ 954. Pela regra, o valor é reajustado pela inflação medida pelo INPC, mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores - foi de 1% em 2017.

No orçamento, o governo projetou uma alta de 4,20% no índice, mas a variação acumulada em 12 meses até novembro está em 3,56% Além disso, será adicionado um valor residual de R$ 1,75 porque o INPC em 2017 ficou acima do que foi considerado na definição do mínimo deste ano.

O aumento menor do que o autorizado no Orçamento abrirá espaço no caixa, já que cada R$ 1 de elevação no mínimo implica em R$ 302,8 milhões nos gastos da União. Dois terços dos benefícios previdenciários são corrigidos pelo mínimo, assim como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas com deficiência e idosos com mais de 65 anos que comprovem ter renda familiar abaixo de um quarto do mínimo por pessoa.

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