Ontem, dezenas de carros estavam na orla[/fotolegenda]Acompanhar a virada de ano nas praias é tradição para muitos brasileiros que, residindo ou não em cidades litorâneas, buscam a orla para comemorar o Réveillon. Para quem escolheu as praias de São José de Ribamar, Região Metropolitana de São Luís, é necessário ter cuidado para não iniciar o ano com prejuízos.

O Maranhão tem a maior variação de marés do Brasil e a terceira maior do mundo. Em apenas seis horas, a diferença entre preamar e a baixa-mar pode chegar a oito metros. O fenômeno se dá pelo formato do litoral, fases da lua e pela proximidade com a Linha do Equador. Tais características, tornam a orla de São Luís muito atrativa e até perigosa para quem veio passar a virada de ano na Ilha.

Nas praias do Araçagi e do Meio, onde o tráfego de veículos na faixa de areia é autorizado, todo cuidado é pouco para garantir que os veículos não fiquem atolados ou até mesmo sejam "engolidos" pela água. De acordo com o capitão dos Portos do Maranhão, Márcio Dutra, os frequentadores das praias precisam ficar atentos.

"Os condutores devem ter cuidado com a variação de maré. É importante que estejam informados sobre os horários de preamar e baixa mar da cidade. A amplitude de maré deste ano, embora menor que em outras ocasiões, requer atenção", esclareceu o capitão.

As recomendações também são passadas por quem trabalha na área. Barraqueira há cerca de 10 anos na Praia do Araçagi, Josiane Nunes conta que reforça os avisos, principalmente nesta época do ano, quando os frequentadores costumam virar a noite na praia, ingerindo bebidas alcoólicas, mas nem sempre é levada a sério.

"A gente se preocupa em avisar assim que eles chegam, sempre orientamos a deixarem os carros distante da maré, mas muitas pessoas preferem deixar para depois e acabam tendo sérios prejuízos. E por incrível que pareça, os próprios moradores de São Luís são os que mais se comportam assim. Os turistas nos escutam e estacionam os carros mais próximo aos bares", contou.

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Como destacado pelo capitão Márcio Dutra, neste início de ano a amplitude da maré está menor que em anos anteriores. Conforme a tábua de maré, a primeira preamar foi registrada às 4:06 e a seguinte às 16h30. A primeira baixa-mar, às 10h26
e a seguinte às 23h01.

Preocupado com os riscos de prejuízo, o estudante Fernando Costa, que mora próximo à praia, não se arrisca. Deixa o carro em casa para aproveitar a noite com tranquilidade. "Eu sempre passo o Réveillon com a minha família, no Araçagi. Já vimos, diversas vezes, carros sendo levados pela maré. As pessoas bebem e nem percebem a maré se aproximar, e quando se dão conta não há mais o que fazer. Por isso, nós deixamos em casa. Andamos um pouco, mas estamos seguros de que não teremos prejuízos".

RELEMBRE

Maré provoca risco

Em 1º de janeiro de 2014, para cerca de 100 motoristas que resolveram passar o Réveillon na Praia do Araçagi, em São José de Ribamar (MA), o ano não começou bem. Eles não perceberam a subida da maré, ficaram atolados na faixa da areia da praia e foram literalmente engolidos pelo mar.

O incidente aconteceu à tarde, quando os motoristas dos veículos, entre ele uma carreta, tentaram sair da faixa de areia quase ao mesmo tempo pela única saída da praia. Alguns banhistas ainda tentaram sair pelas dunas, mas acabaram ficando atolados e alguns destes veículos se juntaram aos que ainda estavam na faixa de areia, sendo literalmente tragados pelo mar. Na ocasião, os banhistas apontaram desatenção com variação da maré e falta de estrutura da praia do Araçagi como causas do incidente. A maior parte dos veículos envolvidos no incidente era do tipo passeio e muitos deles eram novos. Não houve registro de mortos ou feridos, mas as primeiras estimativas dão conta de que pelo menos 15 carros foram completamente destruídos pela força das ondas do mar e outros 75 atingidos ou ficaram impossibilitados de deixar a praia.
No dia 1º de janeiro de 2018, centenas de veículos ficaram atolados na areia, ontem, na Praia do Araçagi, em São José de Ribamar. O transtorno foi causado em razão da alta da maré, que ocorreu por volta das 16h. Apreensivos com a situação, motoristas e populares se ajudavam empurrando os carros para a área mais distante da água e um congestionamento se formou. Um carro do Corpo de Bombeiros também cou impedido de trafegar. Tendas de restaurantes e bares localizados na área ficaram ilhadas. O aposentado Alberto Gonçalves Souza, de 60 anos, ficou indignado. “Quando a maré começou a encher, eu só vi o desespero dos motoristas para saírem. Eu não sabia que isso acontecia aqui na Praia do Araçagi. Não fui avisado. Para acabar de vez com esse problema, o ideal seria proibir os veículos de descerem”, opinou Souza.

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