Investigação

Prefeito é preso, sob suspeita da mandar matar seu antecessor

José Rubem Firmo (PCdoB) era vice de Ivanildo Paiva, em Davinópolis; ele tomou posse no dia 14 de novembro, após o gestor ser encontrado morto, em novembro

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
José Rubem Firmo que assumiu o mandato após a morte do prefeito Ivanildo Paiva
José Rubem Firmo que assumiu o mandato após a morte do prefeito Ivanildo Paiva (Prefetro)

DAVINÓPOLIS - O prefeito de Davinópolis José Rubem Firmo (PCdoB) foi preso no último dia do ano como um dos suspeitos de mandar matar o ex-prefeito da cidade, Ivanildo Paiva. De acordo com informações da polícia, ele foi preso em casa e encaminhado à Delegacia Regional de Imperatriz, onde prossegue o inquérito policial.

José Rubem Firmo era vice de Ivanildo Paiva e tomou posse no último dia 14 de novembro, após o gestor ter sido encontrado morto. Anteriormente, outras sete pessoas já haviam sido presas, inclusive dois policiais. O último foi o empresário Antônio José Messias, também por suspeita de ser um dos mandantes.

De acordo com o delegado, Praxísteles Martins, a investigação vinha acontecendo a mais de um mês. “Não houve resistência alguma, foi uma diligência tranquila tanto no cumprimento da prisão como em relação a busca na casa do investigado.

Além da busca e apreensão na casa José Rubem Firmo, foi requerido ainda a suspensão do exercício do cargo de prefeito. De acordo com o delegado, o presidente da câmara foi comunicado para tomar as providências necessárias.

No último dia 26 de dezembro, um empresário identificado como Antônio José Messias foi preso suspeito, também, de ser um dos mandantes do assassinato do prefeito de Davinópolis Ivanildo Paiva, que foi encontrado morto no dia 11 de novembro. A prisão ocorreu na última quinta-feira, 26, na cidade de Davinópolis. De acordo com a investigação policial, o crime pode está relacionado com motivações econômicas e políticas, já que Antônio José Messias tinha sido candidato a vereador duas vezes por um grupo de oposição a Ivanildo Paiva e acabou não sendo eleito.

“O Messias foi candidato duas vezes a vereador. A agremiação pela qual ele concorria, naquela época, era uma coligação ligada ao grupo do então prefeito Chico do Rádio. Ele concorreu duas vezes e não foi eleito, e continuou a sua vida social e política em Davinópolis. Então existem interesses empresariais por trás dessa morte e interesses políticos, não há dúvida alguma”, relatou o delegado Praxísteles Martins, responsável pela investigação do caso.

Ainda segundo o delegado Praxísteles Martins a prisão de Antônio José Messias aconteceu em cumprimento a um mandato de prisão, que será válido por 30 dias. O delegado também afirmou que a polícia chegou ao empresário, por meio de denúncias anônimas e também após o depoimento dos outros seis envolvidos que atualmente já se encontram presos pelo crime contra o prefeito de Davinópolis Ivanildo Paiva.

Identidade dos presos:

Os presos são José Rubem Firmo; Antônio José Messias; Francisco de Assis Bezerra Soares, conhecido como "Tita", que é policial militar no Pará e foi preso em Dom Elizeu (PA); José Denilton Guimarães, conhecido como "Boca Rica", que é mecânico; Willame Nascimento da Silva, policial militar do Maranhão lotado em Grajaú; Jean Dearlen dos Santos, o "Jean Listrado", que segundo as investigações é pistoleiro; Douglas da Silva Barbosa, de 22 anos; e Carlos Ramiro Lima Ramos, vulgo Léo. A operação cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão nas cidades de Barra do Corda Grajaú e Imperatriz, no Maranhão, Davinópolis e Dom Elizeu, no Pará.

Relembre o assassinato de Ivanildo Paiva:

Após ser sequestrado no sábado (10 de novembro), o corpo de Ivanildo Paiva, de 57 anos, foi encontrado amarrado na manhã do domingo, 11, com marcas de tiros no peito, na cabeça, braços e costas, em uma área de plantação de eucalipto, localizada no povoado Jussara, zona rural da cidade.

Na época, o delegado Eduardo Galvão informou que a vítima tinha costume de passar os fins de semana em sua chácara, no povoado Jussara, zona rural de Davinópolis. Ainda na tarde do dia em que Ivanildo foi sequestrado, populares e parentes ficaram surpresos com o desaparecimento. A propriedade foi encontrada revirada e com marcas de sangue humano.

Também há informações de que ainda, na tarde daquele sábado, homens não identificados foram até a residência da vítima e falaram com o caseiro, de nome não revelado. Eles teriam perguntado onde encontrariam terras naquela região para comprar e teriam chegado a pedir informações sobre o paradeiro de Ivanildo Paiva.

Na manhã seguinte, o caseiro não encontrou mais o prefeito e achou marcas de sangue pela residência da chácara. Ainda há informes de que ele foi sequestrado e teve os pés e as mãos amarrados e, logo após, foi executado por mais de dois criminosos. Os peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) ainda estiveram na chácara do prefeito e não encontraram evidências de luta corporal no local.

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