SÃO LUÍS - Um caldeirão cultural diversificado e animado para saudar 2019 é o que prometem agremiações carnavalescas sediadas no bairro Madre Deus, reconhecido reduto da cultura ludovicense. Hoje, primeiro dia do novo ano, como já é tradição, a Máquina de Descascar’Alho vai arregimentar os foliões em um cortejo pelas vias do bairro ao som de muita marchinha. Outro grupo que se junta à folia é Fuzileiros da Fuzarca que também bota o bloco na rua. O encerramento será com o projeto Tribuna do Samba, que tem a participação da escola de samba Turma do Quinto e do grupo Tribuna do Samba (Tsão de Velho), além da Máquina e outros convidados.
A Máquina de Descascar’Alho faz sua concentração para o cortejo às 17h, na Praça Estação da Máquina, no Largo do Caroçudo, enquanto os Fuzileiros saem de sua sede (Rua Afrânio Peixoto – Madre Deus). Os dois grupos se encontram no largo e de lá seguem pelas ruas do bairro um depois do outro. “Para encerrar, este ano teremos dois pontos fixos de som colocados no Ponto de Fuga e Beco do Gavião, onde ocorre o projeto Tribuna do Samba que neste pré-Carnaval será realizado todos os domingos”, pontua Silvério Boscotô, lembrando que o projeto existe há seis anos e ocorre sempre nos segundo domingo de cada mês.
Com 33 anos de fundação, a Máquina de Descascar’Alho foi idealizado por jovens artistas e, ao longo dos anos, tem aglutinado milhares de foliões. Traz no repertório marchas de Carnaval, samba, blocos tradicionais, tambor de crioula e afoxés, além da interpretação de obras de reconhecidos artistas da esfera nacional a composições próprias. O grupo trabalha ainda a valorização e resgate de composições maranhenses da velha guarda que moravam ou costumavam frequentar o bairro madredivino. Músicas como “A laska”, “Terra de cemitério”, “Ilha do amor”, da própria banda e ainda “A dança do jegurê”, “Trombone de vara”, “Piroga da Olga” e “Esbandalhada”, de outras agremiações maranhenses, devem ser executadas hoje.
Já Fuzileiros da Fuzarca traz no repertório composições como “Sandália de Prata”, “Foi Você”, “Não Tenho Hora pra Voltar”, “Joana”, “Pra que Chorar”, “Descendo o Morro”. Tudo isso na cadência inconfundível do bloco que é produzida pelas ritintas, taróis-de-mão e duas-por-uma (instrumentos de percussão cobertos com couro de bode e carneiro). Outra característica do bloco são as cores preta e branca e a estrela, obrigatória nas fantasias.
O bloco Fuzileiros da Fuzarca foi fundado em 1936 por poetas e compositores apaixonados por samba e Carnaval - o último bloco sobrevivente dos grupos tradicionais da década de 1940. Cristóvão Colombo da Silva, o popular “Alô Brasil”, Sandoval Silva, Mané Caju, Pedro Pantaleão, Astrogildo Silva, Carlos Moreira, José João foram os menestréis que deram vida a uma das mais puras tradições da cultura popular do Maranhão.
Serviço
O quê
Pré-Carnaval com Fuzileiros da Fuzarca e Máquina de Descascar’Alho
Quando
Hoje, às 17h
Onde
Madre Deus
Saiba Mais
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