Os problemas de acessibilidade urbana em São Luís estão surgindo cada vez mais, desde a grande chuva que atingiu a Ilha, na madrugada do dia 29 de novembro. Duas regiões distintas da cidade estão apresentando graves problemas nos quesitos asfalto, saneamento e limpeza urbana.

No Cohatrac IV, em um dos lados da Avenida Joaquim Mochel, o asfalto cedeu. Na altura do número 71, ao lado de uma casa de festas e eventos, há o final de uma tubulação subterrânea de esgoto, que finda em um terreno baldio. A barreira de concreto que fazia a sustentação da pista caiu em direção ao final da tubulação, fazendo com que tanto o asfalto, como a areia da base da rua, também caíssem.

Para os motoristas que saem do Cohatrac com destino a Cohab/Turu, a via se tornou um pesadelo. O representante de um buffet que fica ao lado da cratera contou para O Estado que o problema é mais antigo que as fortes chuvas que caíram em São Luís no mês de novembro. “Isso já estava apresentando estado crítico há bastante tempo. A sustentação de concreto da pista, que ficava acima da tubulação, já tinha caído antes da chuva. Só precisávamos mesmo de tempo para que a camada asfáltica começasse a ceder também”, disse, preferindo não se identificar.

O perigo se torna ainda maior, visto que a via é o principal caminho alternativo de acesso para o Cohatrac IV, onde caminhões e ônibus têm fluxo frequente. O peso desses veículos colabora ainda mais para mais asfalto cair na enorme vala criada ao lado da rua.

O Estado esteve no local e constatou, ainda, a presença de muito lixo. Em frente ao terreno baldio, ao lado de uma parada de ônibus, há uma placa da Prefeitura de São Luís alertando para a conscientização dos moradores em não despejar lixo no local. Mas a realidade vista é diferente.

Sem chuvas, com alagamentos
A Rua 13 do Engenho, no bairro Jardim São Cristóvão, consegue ser uma das únicas ruas da cidade que permanece alagada, mesmo sem chuva. O Estado também esteve no local e constatou que a passagem de moradores é complicada.

A via se encontra cheia de água até a altura do calcanhar. O calçamento do lado esquerdo, para aqueles que vão em direção à Avenida Guajajaras, é inexistente. Um matagal tomou conta do que deveria ser a calçada, impossibilitando em 100% a passagem de pedestres, que não desejam molhar os pés na lama.

Segundo o senhor Joaquim Barros, morador de uma rua paralela, o problema existe há mais de dois anos. “A última vez que qualquer representante da Caema ou da Prefeitura estiveram aqui foi em outubro de 2016. Lembro que eles deveriam ter feito o trabalho, mas houve uma briga com algum outro morador da região, ocasionando a parada dos trabalhos”, frisou.
Vale ressaltar que a rua permanece alagada, com ou sem chuva. A tubulação de esgoto do local se encontra aberta e entupida, dando ao local, ainda, um odor desagradável.

O Estado entrou em contato com representantes da Prefeitura e do Governo do Estado para questionar sobre a falta de políticas públicas em ambas as localidades. A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou que irá enviar equipe técnica para realizar o levantamento das demandas existentes para adotar medidas necessárias de solucionar os problemas.

Ainda segundo a Prefeitura, o Comitê Gestor da Limpeza Urbana irá incluir a Rua 13 do Engenho no cronograma de capina e roçagem já em execução na capital maranhense.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que enviou equipes para averiguar a situação no Cohatrac, onde constatou tratar-se de problemas na galeria, cuja manutenção é realizada pela Prefeitura.

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