Dívida real

Moto Club tem déficit negativo de quase R$ 500 mil em 2018

Ao contrário do que fora divulgado erroneamente por O Estado em sua edição impressa do dia 24 deste mês, contas do Rubro-Negro não estão com saldo devedor de R$ 3,17 milhões; déficit, que subiu mais de 50%, é de R$ 494.684,23

Thiago Bastos/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Natanael Jr, presidente do Moto Club
Natanael Jr, presidente do Moto Club (NATANAEL JR MOTO )

SÃO LUÍS - Ao contrário do que fora divulgado erroneamente por O Estado em suas edições impressa e digital do dia 24 deste mês, em reportagem que apontava para um saldo devedor de aproximadamente R$ 3,17 milhões, o atual déficit do Moto Club de São Luís - considerando as despesas e receitas - é de quase meio milhão de reais, ou seja, R$ 2,67 milhões abaixo do valor inicialmente informado. Em contrapartida, considerando apenas o período de janeiro a julho deste ano, o Moto elevou em 59,5% o saldo negativo, que saltou de R$ 199.969,89 no primeiro mês de 2018 para R$ 494.686,23. Estes e outros valores estão disponíveis no site para consulta pelo link motocluboficial.com.br/transparência.

Com base nos números divulgados de forma espontânea pelo corpo diretivo do Papão, de dezembro do ano passado a julho deste ano, o clube acumulou R$ 828.862,24. Em contrapartida, as despesas no mesmo período totalizaram R$ 1.323.546,47. Considerando dezembro de 2017 a julho de 2018, em apenas um mês (justamente o sétimo de 2018), o clube acumulou mais receitas do que despesas. O fato foi impulsionado principalmente, ainda de acordo com dados oficiais do clube, por adiantamentos de cotas da Copa do Brasil (R$ 100 mil) e patrocínio da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), que teria encaminhado R$ 192.500,00 às contas motenses.

O balanço do clube revela ainda que no primeiro trimestre deste ano as contas de energia elétrica do Centro de Treinamento Pereira dos Santos foram pagas pelo conselheiro do clube, Edmar Cutrim. Outra expectativa do clube era quanto à participação na Série D de 2018, principal competição do Moto. Em quatro jogos em casa - contra Altos (PI), Sparta (TO), Assu (RN) e Fluminense de Feira (BA), a direção do clube informou que somente foi possível arrecadar R$ 121 mil, ou seja, menos do que a folha salarial dos jogadores e comissão técnica, que, ainda segundo o Moto, custava aproximadamente R$ 127.200,00. Apenas contra o Imperatriz, último jogo, o clube teve renda líquida considerada aceitável de R$ 41.563,19.

Outro dado que chama a atenção é referente às passagens aéreas adquiridas para a final do Estadual, em que o Moto se sagrou campeão contra o Imperatriz, em abril. Segundo o clube, os R$ 25 mil necessários para o deslocamento foram quitados por cotas dos conselheiros (R$ 19 mil) e doações de torcedores (R$ 6,1 mil aproximadamente). Segundo o Moto, estes R$ 25 mil não constam na prestação de contas pois “não teriam sido pagos pela diretoria” .

Outro lado

O Estado procurou o presidente do clube, Natanael Jr., que usou as redes sociais do clube e o site motense para rebater os valores divulgados no dia 24 deste mês. Questionado acerca do porquê do crescimento do déficit em sete meses (de janeiro a julho deste ano), o dirigente afirmou que “as despesas mensais do Moto são praticamente fixas e envolvem folha salarial, hospedagem, alimentação e gastos com logística de jogos e viagens. Nos quatro primeiros meses do ano, disputamos o Campeonato Maranhense, e todos sabem que é deficitário, e a insistência da FMF em marcar os jogos do Moto no meio de semana dificultou muito a arrecadação do clube. Com a chegada do Brasileiro e com a CBF marcando os jogos do Moto somente nos fins de semana, nossa arrecadação aumentou e conseguimos também a aprovação de um projeto na lei de incentivo que ajudou também a diminuir o déficit. Porém, se levarmos em conta os meses de janeiro a julho e dividirmos o valor total do déficit pelos 6 meses, o valor do déficit mensal será de 82.447,00, um valor abaixo da metade do déficit inicial de janeiro, como mostra a reportagem”, explicou o dirigente.

O presidente motense falou também sobre as ações de marketing da sua gestão. “Paralelo a isso, inauguramos uma loja oficial do clube, fato que nunca tinha ocorrido no Moto, e mudamos o sócio-torcedor. Agora, o sistema é próprio e não temos mais o desconto de 20% bruto das receitas do programa antigo. Implementamos uma rede de parceiros que até então nunca tinha acontecido no clube, e já são mais de 30 parceiros ativados. Temos certeza de que, com a ajuda e fidelidade do torcedor, fecharemos o ano de 2019 com saldo de balanço positivo”, disse.

Amistoso

Dentro de campo, o Moto Club fará amistoso neste domingo, às 15h30 no Estádio Fecurão na Cohab, em São Luís, contra o Expressinho. Este será o último teste do técnico Wallace Lemos antes do fim do ano. De acordo com a programação do clube, o Moto ainda fará dois amistosos nos dias 6 e 13 de janeiro contra o River (PI), sendo um em São Luís (o primeiro jogo) e o outro em Teresina (segundo jogo).

Números

Atual saldo devedor do Moto – R$ 494.684,23

Receitas (de dezembro do ano passado a julho deste ano) - R$ 828.862,24

Despesas (de dezembro do ano passado a julho deste ano) - R$ 1.323.546,47

Fonte: Moto Club de São Luís

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