Sem paradeiro

Ladrões de banco desafiam sistema policial no Maranhão

Criminosos envolvidos nos assaltos a bancos nas cidades de Arame e Humberto de Campos continuam foragidos; Em relação ao ataque em Bacabal, parte da quadrilha foi presa

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Agência do Banco do Brasil ficou destruída com a explosão do dia 25 de novembro
Agência do Banco do Brasil ficou destruída com a explosão do dia 25 de novembro (Banco)

SÃO LUÍS - Já na reta final do ano de 2018, e a polícia do Maranhão ainda não conseguiu prender os criminosos envolvidos nos assaltos as agências bancárias do Bradesco, em Arame, e a do Banco do Brasil (BB), em Humberto de Campos, ambas no interior do estado. Além disso, em relação ao ataque ao centro de distribuição do Banco do Brasil em Bacabal, só uma parte da quadrilha foi presa.

O Maranhão registrou, este ano, 24 ações criminosas contra agências bancárias, conforme dados do Sindicato dos Bancários. Do número total de investidas, foram 14 arrombamentos (explosões), três assaltos, quatro tentativas de assaltos e três saidinhas bancárias consumadas. Segundo registros do sindicato, o Banco do Brasil (BB) é alvo constante dos criminosos. Dos 24 casos contabilizados, 13 foram ataques a agências dessa instituição financeira, um percentual de mais de 50%. Em seguida, vem o Bradesco, com oito ataques; Caixa Econômica Federal, com duas investidas e, por último, o Santander, com uma ocorrência.

Sem registro

Dois casos não constam nos registros do sindicato, como um assalto a uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF), na Rua Bonaire, em Açailândia, este mês. Suspeito de envolvimento nessa ação criminosa, um homem identificado como Gefferson Oliveira Sousa, de 27 anos, foi preso. Com ele, a polícia encontrou a quantia aproximada de R$ 13.067,00, uma pistola 380, uma alavanca de ferro, duas chaves de fenda, um alicate e uma mochila. Outros suspeitos conseguiram fugir.

De acordo com policiais do 26° Batalhão de Polícia Militar (BPM), o tesoureiro da agência foi sequestrado de sua residência, em Imperatriz – quando saia de casa para jantar – e conduzido até a CEF. A esposa do funcionário foi feita refém e, após o assalto, foi libertada próximo ao povoado Califórnia, a 15 km de Açailândia. A polícia informou que chegou ao local após o alarme de segurança da agência ter disparado.

Caso semelhante foi registrado de dia 6, para o dia 7, deste mês, em Buriticupu. Um gerente do Banco do Brasil (BB) da cidade teve sua casa, em Lago da Pedra, invadida por bandidos. Os criminosos renderam sua família e o obrigaram a ir até ao banco, abrir o cofre e entregar o dinheiro.

Após a conclusão do assalto, os bandidos liberaram as filhas e esposa do bancário. A entrega do valor foi feita na região de Santa Inês. A quantia arrecadada pela quadrilha durante o sequestro não foi informada. O comando da Polícia Militar confirmou o caso e disse que o gerente nada sofreu. Até o momento ninguém foi preso.

Relembre

Na noite do dia 9 deste mês, um bando explodiu e assaltou a agência do Bradesco no município de Arame, a 475 km de São Luís. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) informou, por meio de nota, que continuam as investigações para localizar e prender os quadrilheiros. A SSP-MA ressaltou que, no momento, não vão ser divulgados detalhes e informações para não atrapalhar o andamento das diligências. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.

De acordo com informações da polícia, a quadrilha fechou as principais ruas que dão acesso à entrada da cidade e começaram a atirar. Os criminosos fizeram moradores reféns. Posteriormente, os bandidos atearam fogo na delegacia do município, consumaram o assalto e fugiram. Os reféns foram liberados horas depois. Parte do prédio também foi destruído.

O Bradesco de Arame foi a terceira agência alvo de criminosos no Maranhão nos primeiros 15 dias deste mês. De acordo com a SSP, a suspeita principal é de que os marginais estejam ligados a uma organização criminosa nacional e agem de forma estratégica. A quantia roubada não foi revelada.

Humberto de Campos

Bandidos que atacaram o Banco do Brasil (BB) na cidade de Humberto de Campos, a 92 km da capital, na madrugada do dia 6 deste mês, ainda não foram presos. Caixas eletrônicos foram destruídos, assim como parte do prédio da instituição financeira. De acordo com informações policiais, o cofre da instituição bancária não foi levado. Durante a ação criminosa, não houve registro de feridos. A quantia roubada não foi revelada.

Os criminosos metralharam, também, a 5ª Cia da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), que ficou com paredes da fachada e o portão com marcas dos disparos das armas de fogo. Segundo a polícia, os assaltantes se dividiram em três grupos para agir no município.

Bacabal

A polícia também não concluiu a investigação referente a explosão e roubo ao centro de distribuição do Banco do Brasil em Bacabal, a 240 km de São Luís, que ocorreu no dia 25 de novembro. Uma quadrilha invadiu a cidade, explodiu a agência do Banco do Brasil, fuzilou o quartel da Polícia Militar e uma delegacia de Polícia Civil. Durante a ação, três criminosos e um morador da cidade morreram.

A polícia calcula que aproximadamente 40 pessoas participaram do roubo. Os bandidos incendiaram veículos e fizeram dezenas de moradores reféns. Dados ainda não confirmados indicam que os assaltantes teriam roubado cerca de R$ 100 milhões. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, mais de R$ 45 milhões foram recuperados.

Quatro homens suspeitos de envolvimento no assalto ao BB, em Bacabal, foram mortos em um confronto com a Polícia Militar (PM) na noite de segunda-feira, 3, na cidade de Santa Luzia do Paruá, a 370 km da capital. Outros 10 foram presos, sendo que alguns desses ficaram feridos durante o cerco policial. Eles estavam sendo transportados em um caminhão-baú, onde foi encontrado armamento de grosso calibre e malotes com dinheiro.

A forma como os criminosos agiram nos bancos das cidades de Arame, Humberto de Campos e Bacabal foram semelhantes. Atacaram unidades policiais, fizeram reféns e destruíram parte dos prédios das instituições financeiras.

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