TEL AVIV — Israel terá eleições gerais em abril, informou um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ontem ( 24), pelo Twitter, depois de um encontro de integrantes da coalizão de governo. Todos os partidos que integram o governo concordaram em antecipar o pleito, cuja realização era prevista para novembro do próximo ano.
"Os líderes da coalizão decidiram de forma unânime dissolver o Parlamento e realizar novas eleições no início de abril", disse o porta-voz, citando uma declaração feita pelos aliados políticos de Netanyahu.
A decisão de dissolver o Parlamento foi tomada com o senso de "responsabilidade em termos orçamentários" e pelo interesse da nação, afirmou o porta-voz, em nome de todos os partidos que integram a maioria.
Uma crise na coalizão causada por uma lei de alistamento militar que afeta exceções do serviço obrigatório dadas a judeus ultraortodoxos levou à decisão. O anúncio de eleições chega horas depois de o líder do partido de centro Yesh Atid, Yair Lapid, destacar que seus deputados votariam contra a lei - que deveria ir a votação parlamentar final em duas semanas - sob o argumento de que Netanyahu havia cedido às pressões dos ultraortodoxos.
Netanyahu, agora em seu quarto mandato como primeiro-ministro, vem governando com pequena maioria de 61 cadeiras no Parlamento de 120 integrantes. Ele lidera o partido de direita Likud.
Pleito em abril
Segundo o jornal Haaretz, o pleito deve ocorrer em 9 de abril. No início do encontro, Netanyahu destacou aos parceiros que a coalizão precisava discutir a convocação de eleições. Diz o diário israelense que o ministro das Finanças, Moshe Kahlon, concordou de imediato, e o presidente da coalizão, David Amsalem, reforçou ser difícil para o governo aprovar leis ante a atual composição do Knesset.
"Nós não podemos continuar assim",0 teria dito Amsalem, em referência à estreita maioria da coalizão no Parlamento, segundo o jornal. "Se é tão difícil, precisamos de eleições", teria respondido o primeiro-ministro.
O ministro da Educação, Naftali Bennett, líder do partido Lar Judaico, não compareceu à reunião, mas foi contatado e concordou com a decisão. Há um mês, o governo de Benjamin Netanyahu ficou sob corda bamba no poder. Na ocasião, o ultranacionalista Avigdor Lieberman pediu demissão como ministro da Defesa, por discordar da trégua estabelecida em Gaza com grupos palestinos. A renúncia deixou o premier com a maioria de apenas um assento no Parlamento e jogou nas mãos de Bennett a sobrevivência da coalizão.
Uma eventual saída do ministro do governo custaria a Netanyahu mais oito cadeiras no Knesset e, por consequência, a maioria. No entanto, Bennett dissera confiar na "mudança de rumo" do governo e decidira ficar na coalizão, o que deu sobrevida a Netanyahu.
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