Cautela

Japão anuncia orçamento recorde para a sua Defesa

Ante avanço da China e ameaça da Coreia do Norte, Tóquio vai implementar sistema de interceptação de mísseis e encomendar caças furtivos e primeiro porta-aviões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Modelo do caça F-35 é exibido em exposição internacional em Tóquio
Modelo do caça F-35 é exibido em exposição internacional em Tóquio (Reuters)

TÓQUIO — O orçamento de Defesa do Japão aumentará no próximo ano fiscal e alcançará a cifra recorde de US$ 47 bilhões (R$ 181 bilhões), em meio a medidas para reforçar a defesa antimísseis e investir em aviões furtivos para fazer frente à China. O país expandiu o limite em quase 12% nos últimos sete anos.

A previsão orçamentária da Defesa japonesa integra um orçamento nacional de US$ 912 bilhões (R$ 3,5 trilhões), aprovado pelo gabinete do primeiro-ministro, Shinzo Abe, para o próximo ano fiscal, iniciado em abril de 2019.

O governo decidiu destacar US$ 47 bilhões para a Defesa, na quinta previsão recorde consecutiva, anunciaram os responsáveis pela pasta. O aumento concedido foi de 1%, mas ainda precisa passar pelo Parlamento, no qual Abe tem maioria.

A soma designada à Defesa inclui o custo de introdução do sistema americano de interceptação de mísseis. Os radares, que têm capacidade para rastrear e mirar em mísseis no espaço, custarão ao Japão um pagamento inicial de 176 bilhões de ienes (em torno de R$ 6 bilhões).

O orçamento cobre ainda a aquisição de seis caças furtivas F-35A, dos Estados Unidos, no valor total de 68 bilhões de ienes (cerca de R$ 2 bilhões) e a obtenção dos primeiros porta-aviões japoneses desde a Segunda Guerra Mundial.

Desafios regionais

O governo Abe considera os esforços necessários em razão dos cada vez maiores desafios regionais de segurança, sobretudo na tensão com a Coreia do Norte e na expansão da presença militar da China. Preocupam as forças japonesas, por exemplo, o avanço de Pequim no Mar da China Oriental e a ameaça balística de Pyongyang.

O Japão anunciou, em plano de aquisições na semana passada, que iria encomendar caças mais avançados nos próximos anos, incluindo versões de decolagem curta e vertical para ajudar a reforçar as defesas ao longo de suas ilhas à beira do Mar da China Oriental.

O país continua cauteloso com as promessas norte-coreanas de abandonar armas nucleares e mísseis balísticos. Tóquio descreve o armamento de Pyongyang como sua "mais séria e urgente ameaça".

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