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Dólar mais alto pode impactar o Natal dos importados, diz CNC 

Com a moeda americana 20% mais cara, importação de produtos típicos do período natalino registrou queda média de 48% em relação ano de 2017

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Importações de produtos tipicamente natalinos registraram retrações
Importações de produtos tipicamente natalinos registraram retrações

Rio - Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que, mesmo diante de condições de consumo mais favoráveis, a alta do dólar em relação ao Natal passado deverá frear o ritmo de expansão das vendas natalinas em 2018. Segundo a entidade, com a moeda 20% mais cara, a importação de produtos natalinos registrou queda média de 48% na comparação com 2017 e a cesta de bens e serviços ficou 4,5% mais cara.
De acordo com o chefe da Divisão Econômica da Confederação, Fabio Bentes, apesar da atual tendência de queda das taxas de juros ao consumidor, do mercado de trabalho menos desaquecido e do nível de confiança no maior patamar dos últimos quatro anos, a alta do dólar em relação ao Natal passado representou para o varejo um obstáculo à manutenção dos preços em relação a 2017. “Por conta das incertezas decorrentes da indefinição do cenário político, entre o fim de agosto e o início de outubro - período considerado crítico para as encomendas do varejo brasileiro -, a moeda americana esteve cotada acima dos R$ 4,00. A taxa atual de câmbio é de R$ 3,90”, afirma Bentes.
Consequentemente, nos três meses encerrados em novembro, as importações de diversos produtos tipicamente natalinos registraram retrações significativas. Em média, as quantidades importadas de 18 produtos sazonalmente mais demandados nesta época do ano recuaram 48% em relação ao Natal de 2017.
Segundo a CNC, a desvalorização cambial implicará uma maior variação dos preços de bens e serviços mais demandados pelos consumidores nesta época, somada à elevação de preços da energia elétrica e combustíveis nos 12 últimos meses (+7,5%). “Ao contrário do mesmo período de 2017, quando a cesta composta por 29 grupos de bens ou serviços registrou variação negativa de 0,5%, às vésperas do Natal de 2018, esses preços acumularam oscilação de +4,5% - a maior alta desde 2016”, pontua o economista.
Enquanto itens de cuidados pessoais, como artigos de maquiagem (-12,3%), produtos para a pele (-9,8%) e perfumes (-8,1%), apresentam as maiores quedas de preços em relação ao fim do ano passado, os combustíveis (+13,7%) e as passagens aéreas (+10,7%) ficaram significativamente mais caros no último ano.

Faturamento maior
Segundo estimativa da Confederação, o varejo brasileiro deverá faturar R$ 34,6 bilhões em vendas no Natal deste ano, o que representa alta de 3,1% em relação a 2017. Desse total, as vendas nos segmentos hiper e supermercados (R$ 12,4 bilhões), vestuário (R$ 9,1 bilhões) e artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 5,3 bilhões) deverão se destacar. Juntas, essas três categorias poderão responder por 78,0% do faturamento com as vendas natalinas deste ano.
A partir do aumento na expectativa de vendas, a CNC revisou para cima a previsão quanto à criação de vagas temporárias para suprir a demanda sazonal durante a principal data comemorativa do comércio. A entidade prevê a oferta de 77,1 mil vagas, contra uma expectativa anterior de 76,5 mil postos de trabalho temporário. Os maiores volumes de contratação deverão se concentrar no segmento de vestuário (50,2 mil vagas) e no de hiper e supermercados (13,5 mil). l

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