Feminicídio

Quarenta e duas mulheres já foram assassinadas este ano no Maranhão

Maioria das ocorrências foi registrada no interior do estado; cinco na Região Metropolitana, sendo quatro na capital, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Dalvalene Viana, assassinada pelo ex-companheiro em Barra do Corda
Dalvalene Viana, assassinada pelo ex-companheiro em Barra do Corda (Feminicídio)

SÃO LUÍS - Um total de 42 mulheres foram assassinadas no Maranhão, no período de janeiro até ontem, de acordo com dados do Departamento de Feminicídio da Polícia Civil. A maioria dos casos de feminicídio, que é o Crime Violento Letal Intencional (CVLI) contra a mulher (só pelo fato de ser do sexo feminino), foram no interior do Estado. Desse saldo, cinco foram registrados na Grande Ilha, região formada por São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, sendo quatro na capital.

Histórico de violência contra a mulher:

No ano anterior, o Maranhão fechou com 50 casos feminicídio, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-MA). O número contabilizado superou o ano de 2016, quando 26 ocorrências criminosas dessa natureza foram confirmadas pelo Departamento de Feminicídio. Do total, São Luís foi o município maranhense que teve a maior fatia da estatística de feminicídio em 2017: 9 casos confirmados.

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) ainda ressaltou que no ano de 2016 não existia a padronização dos registros de crimes de feminicídio, podendo existir mais casos naquele ano.

Casos:

Dalvalene Viana foi morta a facadas pelo ex-companheiro na madrugada da segunda-feira 03 de dezembro, no bairro Cerâmica, em Barra do Corda, a 462 km de São Luís. Uma vizinha e a filha da vítima, de 09 anos, presenciaram o momento em que ela agonizava, após os golpes desferidos. De acordo com informações do delegado regional de Barra do Corda, Renilton Ferreira, havia muito atrito entre Dalvalene e o suspeito Felipe. Os dois tinham registrado um Boletim de Ocorrência um contra o outro. A vítima tinha em seu favor uma medida protetiva. Ainda segundo o delegado, a vítima foi morta quando chegava em casa, durante a madrugada. Ela recebeu cinco facadas quando estava na calçada de sua residência. Minutos antes de morrer, Dalvalene chegou a falar para uma vizinha e a filha que havia sido esfaqueada pelo seu ex-marido. Suspeito do crime, José Felipe da Silva, de 50 anos, foi preso.

No dia 16 de novembro em Codó, a polícia prendeu Jhonatan Moreira da Siva, de 18 anos. Ele é suspeito de matar, com um tiro na boca, a sua companheira, Lilian Rafaela da Silva Santos, paraense de 25 anos, na residência do casal, no bairro São Pedro, nessa cidade. O suspeito declarou que a vítima chegava diariamente em casa embriagada e os dois mantinham um relacionamento conturbado. No dia do crime, a vítima chegou mais tarde sob efeito de bebida alcoólica, e os dois se desentenderam. Durante a briga, ele pegou a espingarda e efetuou um tiro na boca de Lilian Santos, que morreu no local.

O corpo de uma mulher, identificada como Sebastiana Nascimento Costa, de 43 anos, foi encontrado em um colchão, na Avenida Camboa, em São Luís, no último dia 23 de novembro. De acordo com a polícia, Sebastiana era moradora de rua e a suspeita é que ela tenha sido assassinada durante um tiroteio que aconteceu na madrugada daquele dia em uma festa no bairro. Até o momento, os autores do crime não foram identificados.

O que é Feminicídio?

É uma circunstância qualificadora do crime de homicídio e na prática é o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino, isto é, quando o crime envolve: “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.

Denúncias:

As mulheres vítimas de violência podem registrar denúncia, por meio do 180 e/ou podem se dirigir até a Casa da Mulher Brasileira, situada na Av. Prof. Carlos Cunha, 572, no Jaracati. Além disso, pode acionar o 190 – número da Polícia Militar.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.