Especial Natal Solidário

Essência do Natal: dedicar seu tempo a ajudar quem precisa

O Estado traz exemplos de pessoas de diferentes idades, com percepções de mundo distintas, mas não medem esforços para proporcionar uma festa digna

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Para muita gente, o Natal é simbolizado por mesa farta na ceia, presentes e bebidas à vontade. Para outros cidadãos, porém, a festa serve para reclusão, reflexão e pensamento nos atos realizados durante o ano, como forma de reconciliação com Deus. Alguns indivíduos especiais se colocam em uma espécie de meio-termo entre os dois perfis e pensam em uma festa natalina voltada para a ajuda ao próximo, dando-lhe a oportunidade de comemorar o nascimento de Cristo com dignidade e alegria. São pessoas como dona Lizete, seu Antônio, o jovem Diogo, e outros, que se contentam com um presente da mais tradicional festa familiar do ano no planeta: o sorriso e o contentamento de uma criança ou mesmo de um adulto, que, muitas vezes, por condições financeiras, não pode bancar um simples presente.

Nas últimas semanas, O Estado acompanhou exemplos de “anjos” que, com suas entidades e grupos sociais, são responsáveis por uma pequena - e importante - mudança na vida das pessoas. O que as une, além da imensurável solidariedade e amor por quem mal conhecem, é o fato de contarem exclusivamente com ajuda alheia às instituições públicas. Todos os itens reunidos, desde alimentos a brinquedos, foram adquiridos apenas por iniciativa de colaboradores.

Outro fator que torna os exemplos de apoio mais semelhantes entre si, é que dores pessoais estimularam a criação e o desenvolvimento das iniciativas sociais. Em 2008, após a perda de Benedita Moraes de Araújo, a “vovó Bibita”, familiares decidiram anualmente arrecadar brindes para crianças e realizar o “Natal da Vovó Bibita”.

De acordo com os organizadores, o Natal acontece há pelo menos nove anos e sempre no mesmo endereço, a residência simples e aconchegante de Lizete Muniz de Araújo Sousa, de 71 anos, situada no Bequimão, em São Luís. “Dona Bibita era minha sogra e uma mulher que adorava ajudar as outras pessoas. Infelizmente, não pôde viver mais e ficou apenas a saudade. Daí, decidimos homenageá-la”, disse Lizete Muniz a O Estado.

A sala da casa de Lizete Muniz está cheia de brinquedos, que serão distribuídos neste domingo (16), a partir das 16h. Além da entrega dos presentes, também serão oferecidos lanches e outros brindes. Os nomes das crianças contempladas são fixados em papel adesivo na embalagem de cada presente. “Faço questão disso, para a criança se sentir especial, querida”, afirmou.

Cada presente tem um significado especial para uma das organizadores do “Natal da Vovó Bibita”. Lizete Muniz informou que, devido à grande procura, foi necessária a reunião de brindes de reserva, ou seja, para crianças que não estiverem inscritas previamente. “Como chegam pais pedindo para que seus filhos sejam incluídos, em cima da hora a gente pensa neste plano, para se precaver”, afirmou.

Questionada sobre as razões de realizar o Natal, a organizadora foi enfática. “O meu Natal não é com a minha família na noite do dia 24. É aqui, com estas crianças!”. De tão ansiosa, Lizete Muniz revelou ainda que, para organizar o evento, não está nem dormindo à noite. “As minhas últimas noites não foram fáceis, mas vai dar tudo certo”, finalizou.

Relembre
Em 2009, O Estado acompanhou a cobertura do “Natal da Vovó Bibita” na mesma residência onde será realizada neste domingo. Na ocasião, pelo menos 100 pessoas foram ajudadas. A atividade mobilizou a comunidade e chamou a atenção de pessoas de outros bairros, que também colaboram com o ato, já tradicional no bair­ro.

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