Projeto social

Taekwondo: mais que apenas um esporte, um estilo de vida

Grupo de atletas, coordenados pelo mestre Jaime, praticam, duas vezes na semana, o esporte na quadra de um colégio público na capital, sem ajuda de recursos públicos nem privados; projeto já tem alguns campeões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
O projeto, iniciado na quadra do Barjonas Lobão, teve seu início em 2010
O projeto, iniciado na quadra do Barjonas Lobão, teve seu início em 2010 (De Jesus / O Estado )

SÃO LUÍS - Um grupo de jovens maranhenses se reúne todas as semanas na quadra do Centro de Ensino Professor Barjonas Lobão, localizado no Cohatrac, para treinarem um esporte que gostam muito: o taekwondo. A luta, que se tornou esporte olímpico em 2000, é mais uma das artes marciais que vêm se desenvolvendo ao longo dos anos, mostrando que a Ásia não se limita apenas ao Japão ou à China.

O projeto, iniciado na quadra do Barjonas Lobão, teve seu início em 2010, quando ainda contava com ajuda do Governo Federal. “Houve corte de verba e muitos projetos voltados ao esporte foram extintos, mas as aulas de Taekwondo aqui nessa quadra seguem, mesmo sem recursos”, diz mestre Jaime, idealizador e professor do projeto.

As aulas do mestre reforçam o sentimento de que o esporte pode contribuir para a sociedade, tirando jovens do vício e os tornando campeões. O grupo de alunos do mestre Jaime é destaque no Maranhão, tendo vários campeões do JEMs em nível estadual, e também nacional, com 18 campeões brasileiros. “Estamos correndo atrás para participar da 12ª Copa América, evento internacional que em 2019 será realizado em Arujá, em São Paulo. Sabemos que temos grandes chances de sairmos vitoriosos em mais de uma categoria”, completa.

O taekwondo é bem mais que medalhas, títulos ou promoções dadas aos vencedores de competições por aí afora. A capacidade de vencer uma dificuldade pessoal e desenvolver a ética do esporte em outras áreas da vida são os pontos que Beatriz Oliveira destaca. “Não temos aqui um esporte que é feito apenas dentro do dojang. O taekwondo é realmente um estilo de vida que nós nos propomos a aderir. A filosofia, regras e demais coisas que aprendemos com esse esporte acabam sendo levadas para outras instâncias, nos ajudando socialmente”, ressalta.
A estudante de jornalismo reforça que a ética esportiva lhe ajuda a traçar objetivos, a criar mais paciência, e também a motiva no trabalho e nos estudos.

Conquistas

A equipe, formada pelo mestre Jaime, é recheada de pequenas estrelas. Dentre eles, conversamos com Mônica Santos. A ex-bailarina hoje é bicampeã brasileira de taekwondo, na categoria luta. “Comecei a lutar em 2012, quando acabei me apaixonando pelo esporte. Foi também um momento em que todos me questionaram o porquê dessa escolha”, conta.
Mônica conquistou seu título com apenas 1 ano e sete meses lutando. A atleta passou por reeducação alimentar para aumentar o peso e conseguir competir em alguma categoria. Seu peso era de 47kg e o peso mínimo era 49kg. “Assim que obtive os resultados, fui para minha primeira competição, em São Paulo. Apesar de ouvir muitos falando que não era boa o suficiente, fui com a cara e a coragem e conquistei meu primeiro título”, finaliza.

Podemos destacar, ainda, Marcos Paulo. O jovem foi um dos primeiros alunos do projeto e hoje é faixa preta no esporte, podendo ser professor.

Recursos

O projeto implantado pelo mestre Jaime não tem ajuda governamental ou de quaisquer patrocínios. “Gostaríamos de reforçar a importância do esporte para a comunidade como um todo. O esporte, de fato, muda vidas. A participação da equipe na 12ª Copa América de Taekwondo, na cidade de Arujá, em São Paulo, é um dos caminhos para a equipe que tecnicamente demonstra ser capaz de trazer medalhas”, explica o mestre.
A competição internacional será realizada no período de 15 a 17 de fevereiro de 2019. Para saber como proceder como patrocinador ou apoiador da equipe, o contato disponível é: (98) 98144-3252.

Sobre o esporte

O taekwondo é uma arte marcial que originou um esporte de combate. Hoje em dia, é um desporto difundido em todos os continentes. A técnica de combate sem armas para defesa pessoal, envolvendo destreza no emprego das mãos e punhos, de pontapés voadores, de esquivas e interseções de golpes com as mãos, braços ou pés, para a rápida destruição do oponente é o princípio do esporte. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1988, o esporte teve seu "batismo de fogo", quando foi um desporto de exibição, continuando com este status nos Jogos Olímpicos de Verão de 1992. Em 1993, o desporto foi adicionado ao programa olímpico oficial, integrando o programa a partir dos Jogos Olímpicos de 2000. l

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