Descaso

Pacientes do interior lotam os corredores do Socorrão I e II

A Associação dos Médicos dos Socorrões I e II afirma que a falta de investimento por parte do Governo do Estado e as prefeituras dos municípios são responsáveis situação das duas unidades de saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Pacientes do interior do estado estão ocupando os corredores do Socorrão I e II
Pacientes do interior do estado estão ocupando os corredores do Socorrão I e II (De Jesus)

SÃO LUÍS - A Associação dos Médicos dos Socorrões I e II denuncia grande descaso que está acontecendo nos corredores das duas unidade de saúde. São dezenas de pacientes que esperam por atendimento e por um leito. Corredores lotados, incapacidade estrutural e funcional de atender tantos pacientes, piora da qualidade o atendimento prestado e vidas perdidas têm se tornando uma situação comum nos hospitais.

Em entrevista para a TV Mirante, o presidente de Honra da Associação dos Médicos dos Socorrões I e II, Érico Cantanhede, afirmou que “o que está acontecendo nas unidades é um verdadeiro extermínio silencioso. Nas últimas semanas, um grande número de pacientes do interior está vindo buscar tratamento na capital por falta de saúde pública em suas localidades”.

Segundo os médicos, o Governo do Maranhão adotou uma medida de corte de gastos que vem afetando a saúde, com médicos e especialidades sendo cortadas de hospitais regionais e macrorregionais. Com isso, os pacientes dessas regiões procuram atendimento nas unidades Socorrão I e II na capital.

Cantanhede diz que cerca de 60% dos pacientes que ocupam as unidades do Socorrão hoje são oriundos do interior do Maranhão. “Os hospitais estão normalmente cheios, essa é uma realidade. Mas isso vem piorando, principalmente nas últimas semanas, depois desse corte de gastos”, declarou.

Em entrevista ao JMTV 1ª edição de ontem (13), o médico Allan Roberto reforça que as prefeituras dos municípios maranhenses são responsáveis com a situação vista em São Luís. “A falta de uma saúde básica, de uma saúde preventiva nessas cidades, acarreta esse grande problema para a capital. Há casos que, se houvesse investimento também por parte das prefeituras, poderiam ser solucionados nos municípios”, assinalou.

Demissões

A Associação dos Médicos dos Socorrões I e II, por meio de nota, afirma que nos últimos dias o Governo do Estado do Maranhão realizou demissões em massa de médicos de UPAs e de hospitais regionais e macrorregionais do interior, ocasionando essa sobrecarga aos atendimentos dos Socorrões. Neste cenário, a atual greve de vigilantes torna a situação ainda mais preocupante, por não se ter garantias da ordem em ambos hospitais.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís para saber se a lotação dos Socorrões tem de fato ligação com os pacientes vindos do interior, mas, até o fechamento desta edição, mão houve resposta. Questionado sobre a situação das unidades de saúde, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), informou que o atendimento prossegue de modo regular aos pacientes das Unidades de Pronto Atendimento ( UPA) e nos hospitais de alta complexidade pertencentes à rede estadual de saúde. A SES também afirma que, após a inauguração do Hospital de Ortopedia e Traumatologia do Maranhão (HTO), mais de três mil cirurgias foram realizadas, priorizando pacientes do Socorrão II.

A equipe de O Estado esteve na unidade do Socorrão I, na Rua das Cajazeiras, Centro, porém não foi autorizada nenhuma imagem interna do local, apenas apenas através dos vidros.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.