Censura

Número de jornalistas presos no mundo chega a 251, diz comitê

A Turquia, com 68 jornalistas presos, é o país que lidera este ranking, seguido por China (47), Egito (25) e Arábia Saudita (16)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

ESTADOS UNIDOS - O número de jornalistas presos pelo exercício de sua profissão no mundo todo aumentou pelo terceiro ano consecutivo até se situar em 251, a maioria deles na Turquia, de acordo com um relatório publicado ontem pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). A revista Time escolheu jornalistas mortos e presos como 'Pessoa do Ano' de 2018

Os 251 presos supõem um número recorde desde que existe o acompanhamento por parte do CPJ, que destacou que um mundo com centenas de jornalistas na prisão se transformou na "nova normalidade".

A Turquia, com 68 jornalistas presos, é o país que lidera este ranking, seguido por China (47), Egito (25) e Arábia Saudita (16).

A Eritreia completa os cinco primeiros lugares da lista, também com 16, mas a CPJ alertou que desconhece se esses jornalistas, em sua maioria presos desde 2001, continuam vivos. Outros países com jornalistas na prisão são Vietnã (11), Azerbaijão e Camarões (7).

Cerca de 70% dos jornalistas presos no mundo todo foram detidos por crimes contra o Estado. Na Turquia, por exemplo, a maioria é acusada de laços com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), a guerrilha curda do país.

O relatório também destaca o aumento de jornalistas detidos pela divulgação de "notícias falsas", que em dois anos passaram de nove para 28. A maioria de presos atualmente por esse motivo, 19, está no Egito.

O CPJ lembrou que esse aumento ocorreu em paralelo à intensificação da retórica global sobre as "notícias falsas" ("fake news"), que tem como maior expoente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além disso, não há informações sobre as acusações que pesam sobre 18% dos presos.

Quanto ao continente americano, figuram na lista a Venezuela, com três presos, e o Brasil, com um, enquanto nos EUA, "onde os jornalistas enfrentaram uma retórica hostil e violência física", não há profissionais na prisão, mas houve nove detenções ao longo do ano.

O relatório também revela que na Europa há um jornalista russo preso na Ucrânia e outro ucraniano na Rússia, enquanto na Etiópia não há profissionais presos pela primeira vez desde 2004 e no Uzbequistão pela primeira vez em 20 anos.

Com esses números em mãos, o CPJ concluiu que a "abordagem autoritária" às coberturas jornalísticas críticas se transformou em algo maior que um aumento temporário, e que um mundo com centenas de jornalistas detidos é "a nova normalidade".

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