Revolta

Rodoviários afirmam que farão greve em São Luís na segunda-feira

Segundo a categoria, empresários estão relutando negociar, negando reajuste salarial e aumento do valor do tíquete e defendendo fim da função do cobrador

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Greve dos rodoviários foi marcada para segunda-feira, 17, depois de meses de negociação sem sucesso
Greve dos rodoviários foi marcada para segunda-feira, 17, depois de meses de negociação sem sucesso (ônibus)

Está marcada para segunda-feira, 17, a greve geral de ônibus, que deve afetar to­da a São Luís. O Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema) explicou, por meio de nota, que a decisão de marcar a greve se tornou a última saída para tentar entrar em acordo com empresários e secretarias. “A entidade cumpriu todos os prazos solicitados, esteve presente em todas as reuniões marcadas, se encontrou diversas vezes com os empresários […], mas o fato é que nenhum avanço ocorreu”, diz a nota.

A categoria afirma que já notificou a Prefeitura de São Luís, o SET, o Ministério Público do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho, informando que os profissionais que atuam no transporte público da Grande São Luís não trabalharão desde as primeiras horas do dia 17.

O Sttrema afirma ainda que há desinteresse dos patrões em negociar, de maneira justa, o reajuste nos salários e no valor do tíquete-alimentação. “Já estamos praticamente às vésperas do Natal e nenhum posicionamento é dado aos trabalhadores, que, com toda razão, estão revoltados por essa indecisão. Não temos mais tempo para esperar. Agora, iremos para cima”, afirmou Isaías Castelo Branco, presidente do Sttrema.

A entidade afirmou que a Prefeitura de São Luís fez pressão no sindicato no último movimento, chegando a solicitar da Justiça que determinasse pagamento de multa no valor de R$ 350 mil, por dia de greve.

“Pedimos a compreensão dos usuários, mas não nos resta alternativa. Quanto aos rodoviários, esperamos contar com a união e a participação de todos no movimen­to. Já que não querem negociar por bem, não há outra maneira que não seja parar o transporte público em São Luís”, completou.

O Estado questionou a Prefeitura de São Luís sobre quais serão os próximos passos, além de tentar saber se a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) tentará negociar alguma saída, intermediando o contato entre trabalhadores, sindicato e empresários. Até o fechamento desta matéria, nenhuma resposta foi dada. Procurado por O Estado, o Sindicato das Empresa de Transportes de São Luís (SET) não quis se pronunciar sobre o assunto.

Movimento grevista
Visando dar andamento às negociações, o Sttrema realizou, no dia 26 de outubro, uma paralisação de advertência, não permitindo a saí­da dos carros das garagens entre as 4h e 8h. Uma segunda paralisação estava prevista para o mes­mo dia, ocorrendo das 15h às 18h. O ato foi cancelado após reunião da classe com o Ministério Público do Trabalho, que propôs mediar uma reunião no dia 30 daquele mês, para negociação entre as partes. A reunião em questão não surtiu efeito.

No último dia 30 de novembro, O Estado publicou que os rodoviários decidiram retomar o movimento grevista um mês após a paralisação de advertência. A decisão foi divulgada por meio de nota, na qual foram destacadas as principais reivindicações dos trabalhadores: reajuste salarial e no tíquete-alimentação; pagamento integral do plano de saúde e odontológico; preservação da função do cobrador.

Na ocasião, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET) informou que foram realizadas três reuniões entre rodoviários e empresários, quando diversos pontos foram discutidos. O Estado também manteve contato com a Prefeitura de São Luís para questionar sobre sua atuação entre as divergências para garantir o transporte público à população, mas não obteve resposta.

SAIBA MAIS

As negociações entre trabalhadores e empresários se arrastam desde o mês de agosto, quando uma proposta de acordo dos rodoviários foi encaminhada com intenção de ser firmada em setembro. Segundo os motoristas e cobradores, os patrões, nas poucas contrapropostas apresentadas, não ofereceram reajustes nos salários, nem no valor do tíquete-alimentação; querem que os trabalhadores arquem com 50% do valor do plano de saúde e que seja extinto o plano odontológico, além de defenderem o fim da função do cobrador, deixando sob responsabilidade apenas do motorista a direção e liberação das catracas. Nesses termos, o Sindicato dos Rodoviários ressalta que não há a menor condição em negociar, muito menos estabelecer um acordo.

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