Envolvimento

Policiais militares entre os presos pela morte de prefeito de Davinópolis

Há um mês do assassinato, operação da Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em Barra do Corda, Grajaú e Imperatriz, e Dom Elizeu, no Pará; quatro foram presos

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
José Denilton Guimarães foi o primeiro a ser preso e ontem mesmo foi levado para o presídio
José Denilton Guimarães foi o primeiro a ser preso e ontem mesmo foi levado para o presídio

DAVINÓPOLIS - Dois policiais militares, sendo um do Pará e outro do Maranhão (lotado em Grajaú), e dois civis foram presos ontem, por meio de uma operação da Polícia Civil, suspeitos de envolvimento no assassinato Ivanildo Paiva, de 57 anos, que era prefeito de Davinopólis, a 643 km de São Luís, no dia 11 de novembro. Ivanildo foi sequestrado e ficou desaparecido. Posteriormente, teve o seu corpo encontrado na área rural da cidade, onde era gestor municipal.

Ivanildo Paiva que foi assassinado há um mês, em Davinópolis
Ivanildo Paiva que foi assassinado há um mês, em Davinópolis

Os presos são Francisco de Assis Bezerra Soares, conhecido como "Tita", que é policial militar no Pará e foi preso em Dom Elizeu (PA); José Denilton Guimarães, conhecido como "Boca Rica", que é mecânico; Willame Nascimento da Silva, policial militar do Maranhão lotado em Grajaú, e Jean Dearlen dos Santos, o "Jean Listrado", que segundo as investigações é pistoleiro. Outros dois mandados de prisão ainda estão em aberto e seis pessoas devem ser presas ao fim da operação.

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão nas cidades de Barra do Corda, Grajaú e Imperatriz, no Maranhão, e Dom Elizeu, no Pará.

Atuação

De acordo com a polícia, Francisco de Assis Bezerra Soares, o Tita; e José Denilton Guimarães foram os responsáveis pela articulação para a contratação dos assassinos. E segundo a Polícia Civil, Jean Listrado e Willame da Silva foram chamados para serem os executores.

As prisões de ontem foram a primeira parte da operação, que visa prender os envolvidos na execução do crime, segundo a polícia. Na sequência, com os depoimentos deles, a polícia pretende chegar aos mandantes e entender a motivação do homicídio.

O assassinato

Após ser sequestrado no sábado (10 de novembro), o corpo de Ivanildo Paiva, de 57 anos, foi encontrado amarrado na manhã do domingo, 11, com marcas de tiros no peito, na cabeça, braços e costas, em uma área de plantação de eucalipto, localizada no povoado Jussara, zona rural da cidade.

Na época, o delegado Eduardo Galvão informou que a vítima tinha costume de passar os fins de semana em sua chácara, no povoado Jussara, zona rural de Davinópolis. Ainda na tarde do último sábado, populares e parentes ficaram surpresos com o desaparecimento de Ivanildo Paiva. A propriedade foi encontrada revirada e com marcas de sangue humano.

Arquivo

O comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Brito Júnior, informou que populares disseram que o prefeito estaria tendo uma relação extraconjugal com uma mulher de nome não revelado, recém-separada. De acordo com relatos, o ex-marido da referida mulher não aceitava o fim do relacionamento. Essa informação será investigada pela Polícia Civil.

Também há informações de que ainda na tarde de sábado (10) homens não identificados foram até a residência da vítima e falaram com o caseiro, de nome não revelado. Eles teriam perguntado onde encontrariam terras naquela região para comprar e teriam chegado a pedir informações sobre o paradeiro de Ivanildo Paiva.

Na manhã de ontem, o caseiro não encontrou mais o prefeito e achou marcas de sangue pela residência da chácara. Ainda há informes de que ele foi sequestrado e teve os pés e as mãos amarrados e, logo após, foi executado por mais de dois criminosos. Os peritos do Icrim ainda ontem estiveram na chácara do prefeito e não encontraram evidências de luta corporal no local.

Filho executado

Um filho de Ivanildo Paiva, identificado como Paiva Júnior, de 19 anos, foi assassinado há mais de 10 anos na Região Tocantina. De acordo com a polícia, Paiva Júnior desapareceu na madrugada do dia 13 de setembro de 2008, após ser abordado por uma guarnição da Polícia Militar, composta pelos soldados Antônio Ribeiro Abreu e Smailly Araújo Carvalho da Silva. Essa abordagem foi registrada pelas câmeras de vídeo de um estabelecimento comercial localizado no centro de Davinópolis.

A Polícia Civil investigou o caso e prendeu os dois policiais militares, que negaram a autoria do crime. O segurança Claudiomar Ferreira dos Santos, outro suspeito de envolvimento na execução, também foi preso. Ao prestar depoimento à polícia, ele não só confessou o crime, como também apontou os militares Antônio Abreu e Smailly Carvalho como co-autores. Todos os acusados já foram julgados e condenados a mais de 20 anos de cadeia.

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